Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iJá reparou que algumas pessoas parecem nunca deixar a adolescência para trás, mesmo após se tornarem adultas? Comportamentos impulsivos, dramas desnecessários e a dificuldade em assumir responsabilidades continuam a aparecer em suas atitudes, como se o tempo não tivesse passado.
Mas calma que para tudo existe uma explicação. De acordo com a psicóloga Larissa Fonseca, algumas pessoas enfrentam desafios emocionais e psicológicos que as fazem "ficar presas" nessa fase da vida. A especialista conta por que isso acontece e como lidar com quem ainda vive como se estivesse no colégio. Acompanhe!
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Adulto que se comporta como adolescente: entenda por que isso é um problema
Pode até parecer engraçado à primeira vista, mas essa dificuldade em amadurecer emocionalmente é um sinal de que algo mais profundo pode estar acontecendo. De acordo com a psicóloga, quando um adulto age de forma impulsiva, evita responsabilidades ou resiste à independência, é possível que ele esteja enfrentando um problema comportamental.
“Esse tipo de comportamento pode ter raízes em uma infância com proteção excessiva, onde a pessoa não foi exposta a modelos saudáveis de independência, ou mesmo em um ambiente que nunca exigiu o desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida adulta. Sem essas experiências, o processo de amadurecimento pode ficar estagnado”, explicou Larissa.
Comportamentalmente, a especialista relata que essas pessoas podem continuar agindo de forma imatura porque, de certa maneira, são recompensadas por isso. Talvez elas evitem as consequências de suas ações ou atraiam atenção, mesmo que negativa. Isso acaba criando um ciclo em que agir como adolescente se torna conveniente, e a falta de responsabilidade parece menos assustadora do que encarar a vida adulta de frente.
No campo cognitivo, essas pessoas podem ter uma visão distorcida sobre o que significa ser adulto. O medo do fracasso ou da rejeição social pode ser tão grande que elas preferem evitar qualquer situação que envolva comprometimento ou risco, mantendo-se em uma zona de conforto adolescente. “E não podemos esquecer o papel da dopamina – o famoso 'hormônio da recompensa' – que pode levar esses indivíduos a buscarem constantemente gratificação imediata, um comportamento comum na adolescência, mas problemático na fase adulta”, completou a psicóloga.
O resultado é um ciclo em que essas pessoas evitam a maturidade, seja por medo, conveniência ou pela busca por prazer imediato. Isso não apenas dificulta a vida pessoal, mas também pode prejudicar relacionamentos e até mesmo a carreira.
Especialista dá dicas de como mudar esse comportamento de adolescente em adultos
Larissa explica que a transição para a vida adulta envolve habilidades fundamentais, como a capacidade de controlar impulsos, planejar a longo prazo e se adaptar às normas sociais. “Sem essas competências, o indivíduo pode enfrentar dificuldades na construção de relacionamentos saudáveis, na progressão de sua carreira e até mesmo no equilíbrio emocional”, afirmou a especialista. A boa notícia é que, com o apoio adequado, é possível promover essas mudanças de forma consciente e gradual.
Do ponto de vista da psicologia cognitivo-comportamental, o primeiro passo para mudar esses padrões é identificar os pensamentos distorcidos que sustentam esses comportamentos imaturos. Por exemplo, crenças como "não preciso seguir regras" ou "posso resolver isso depois" são comuns na adolescência, mas na vida adulta podem gerar problemas. A partir dessa identificação, é possível trabalhar no desenvolvimento de habilidades de regulação emocional, que ajudam a responder de forma mais madura a situações desafiadoras.
Já no campo da neurociência, a psicóloga diz o amadurecimento do córtex pré-frontal – região do cérebro responsável pelo controle inibitório e pela tomada de decisões – é crucial para essas mudanças. Esse desenvolvimento permite uma maior integração entre emoções e razão, facilitando a adoção de comportamentos mais equilibrados e adequados à vida adulta.
Portanto, se você sente que ainda age de forma impulsiva ou tem dificuldade em lidar com responsabilidades, vale a pena refletir sobre os impactos desse comportamento e buscar estratégias para ajustá-lo.