Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iQuando somos pais, tudo o que fazemos – ou deixamos de fazer – tem um impacto profundo na vida de nossos filhos. Nos primeiros anos de vida, o aprendizado emocional é bem intenso e molda muito do que seremos como adultos. E é aí que entra a importância dos elogios.
De acordo com psicólogos, o incentivo e os sinais de atenção que damos às crianças são essenciais para o desenvolvimento da autoestima e da confiança. Mas o que acontece com quem não recebeu muitos elogios na infância? Estudos mostram que a falta de reconhecimento nessa fase pode impactar profundamente o comportamento na vida adulta.
Pessoas que não foram incentivadas podem acabar reproduzindo esse padrão de desatenção emocional com seus próprios filhos ou desenvolverem dificuldades em lidar com a autoestima e relacionamentos. Quer saber mais sobre esse comportamento e suas raízes? Vamos explorar o que a psicologia tem a dizer.
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O que aprendemos quando crianças, replicamos quando adultos
A falta de afeto durante a infância pode se traduzir em uma série de dificuldades emocionais, como baixa autoestima, insegurança e até problemas de adaptação social. Sem o suporte emocional adequado, muitos acabam desenvolvendo relacionamentos dependentes ou sentindo medo da solidão. Isso mostra o impacto direto do que vivemos enquanto crianças em nossas atitudes adultas.
Mas é importante lembrar que exagerar nos elogios também pode ser prejudicial. Como aponta o método Montessori, elogiar excessivamente ou de forma avaliativa – como dizer "muito bem" repetidamente – não ajuda a criança a construir uma autoestima sólida. Pelo contrário, pode gerar uma dependência emocional pelos elogios, o que cria uma busca constante por validação externa. Em vez disso, especialistas recomendam o "elogio descritivo", que foca em reconhecer o esforço e as ações da criança de maneira mais realista e construtiva.
Encontrar um equilíbrio é essencial. Elogiar de forma sincera, sem exageros, pode ajudar a criança a crescer confiante, sabendo que seus esforços são reconhecidos, mas sem criar uma dependência de recompensas externas. Afinal de contas, o que aprendemos na infância não só molda quem somos, mas também como lidamos com o mundo ao nosso redor.
Equilíbrio no incentivo às crianças: elogios descritivos
Elogiar é uma das formas mais naturais de incentivar o crescimento de uma criança, mas o tipo de elogio que oferecemos faz toda a diferença. Muitas vezes, acabamos utilizando elogios avaliativos, como “bom trabalho” ou “você é incrível”, que, embora bem-intencionados, podem criar uma dependência pela aprovação externa. É aí que entra o conceito de elogios descritivos, uma abordagem mais equilibrada e eficaz.
Mas o que são elogios descritivos? Diferente dos elogios avaliativos, que julgam o que a criança fez, os elogios descritivos focam em descrever o que foi feito, permitindo que a criança reflita sobre suas próprias ações.
Isso promove o pensamento independente e fortalece a autoestima de uma maneira mais saudável. Por exemplo, em vez de dizer “uau, que quarto arrumado!”, você pode tentar algo como: “Você arrumou o quarto sozinho! Deve estar orgulhoso de si mesmo, né?” Essa pequena mudança no jeito de falar mostra que você prestou atenção no esforço, e não só no resultado.
Outro exemplo: ao invés de simplesmente elogiar um desenho com um "que casa linda", você pode dizer: “Vejo que você desenhou uma casa com três janelas e uma porta vermelha. Como você fez as nuvens parecerem tão reais?” Com isso, a criança sente que seu trabalho foi observado com atenção, sem a necessidade de buscar a aprovação direta.
Em um artigo escrito para o MinhaVida a psicóloga Teresa Helena Schoen-Ferreira afirma: "Os pais devem entender que conseguir deixar o filho independente é um processo longo, que começa nas primeiras semanas de vida, e exige muito tempo e atenção, tanto do pai quanto da mãe".
O segredo está no equilíbrio. Não se trata de evitar os elogios, mas sim de transformá-los em ferramentas que estimulam a reflexão e a autonomia. Como o método Montessori sugere, o que as crianças realmente precisam é de apoio incondicional e amor verdadeiro – e isso, felizmente, temos de sobra para oferecer.
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