Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iVilma Nuñez, especialista em marketing com mais de um milhão de seguidores no Instagram, explicou há algum tempo em suas redes sociais que existe uma diferença entre persuadir e manipular. “Ambos os termos procuram convencer o destinatário, mas as intenções e as formas como são utilizados são bastante diferentes”, disse ela.
Uma pessoa persuasiva tenta convencer os outros com razões reais, verdadeiras e sólidas. Já o manipulador esconde ou altera parte das informações para obter benefício próprio. A manipulação envolve distorcer fatos e brincar com a mente para obter vantagem, muitas vezes sem que a outra pessoa perceba.
Durante uma discussão, podemos perceber que algumas táticas escondem a manipulação. De acordo com a psicologia, listamos todas elas para que você fique alerta:
1. Eles usam gaslighting para desviar a culpa
Gaslighting é uma forma de manipulação que faz com que a outra pessoa questione sua própria sanidade. Frases como “você exagera tudo” ou “você vê coisas onde não existem” são exemplos disso.
O termo vem de uma peça adaptada para o cinema em 1944 chamada Gaslight, na qual uma mulher é manipulada pelo marido para acreditar que está louca, com o objetivo de roubar sua fortuna. A psicóloga María Esclapez explica em seu livro Eu te amo, eu te amo que essa é uma forma de abuso emocional cujo objetivo é manipular a percepção da realidade de outra pessoa e fazê-la duvidar de sua sanidade. A consequência para as vítimas é “o cancelamento e a humilhação dos próprios sentimentos e emoções que surgem em situações de conflito”.
Nas discussões, a pessoa manipuladora usa o gaslighting para desviar a culpa e a atenção de suas próprias ações, negando fatos ou questionando o que você lembra, até que você acabe aceitando a versão deles. Essa tática é tão poderosa que pode gerar confusão e baixa autoestima em quem a sofre.
2. Eles trazem à tona seus erros do passado
Como explica a psicóloga e psicoterapeuta Rosario Linares, “o sentimento de culpa é uma poderosa força por trás do comportamento, e é por isso que os manipuladores muitas vezes tentam fazer com que suas vítimas se sintam culpadas”. Como eles fazem isso?
Mencionam erros que você cometeu para desviar a atenção do assunto atual, ganhar vantagem e fazer você se sentir culpado pelo que aconteceu. Quando isso ocorre, você tenta defender ou justificar suas ações passadas, em vez de discutir o que realmente o preocupa no momento. Isso não é uma crítica construtiva ou uma forma de aprendizado; trata-se de uma técnica usada para controlar você.
3. Eles provocam abuso reativo
Segundo a psicóloga Andrea Serrant, o abuso reativo consiste em “apertar certos botões do psiquismo da vítima para que ela caia no jogo de manipulação e provocação do narcisista”. Ou seja, provocam intencionalmente a vítima para obter uma resposta negativa, como raiva. Trata-se de uma manipulação clássica cujo objetivo é repreender a vítima por sua reação. Em inglês, é conhecido como baiting, que significa “colocar uma isca”.
4. Eles viram o jogo
Deturpar significa dar uma interpretação forçada a palavras ou eventos. No contexto da manipulação, refere-se à capacidade de uma pessoa manipuladora de mudar nossas palavras, atribuindo-lhes um significado completamente diferente que se ajusta melhor à sua narrativa.
São especialistas em virar o jogo, pegando o que foi dito, alterando-o e usando suas próprias palavras contra você. Isso faz com que você questione sua perspectiva, duvide de si mesmo e se sinta confuso, porque o que ouve é algo que você disse, mas que ao mesmo tempo não é.
5. Eles se fazem de vítimas
Algumas pessoas manipuladoras se sentem confortáveis no papel de vítimas porque, ao fazer isso, desviam a atenção de suas ações e erros. Se alguém com quem você discute sempre se faz de vítima, é provável que essa pessoa nunca assuma a responsabilidade por suas falhas ou as admita. Quando isso acontece, acabamos sentindo pena dela e ignorando suas atitudes manipuladoras.
6. Eles usam o silêncio como arma
Florence Nightingale, enfermeira e ativista social do século XIX, escreveu que “o ruído desnecessário é a mais cruel falta de cuidado que pode ser infligida aos doentes”. Por outro lado, o silêncio também pode se tornar uma arma impiedosa. Na psicologia, o uso do silêncio para punir, controlar e manipular é conhecido como “lei do silêncio”.
Como explica a psicoterapeuta Lara Borrell, a “lei do silêncio” é uma ferramenta sutil de abuso psicológico. “Caracteriza-se por comportamentos que ignoram a vítima”, sendo uma ação calculada para fazê-la sentir-se culpada, rejeitada ou ansiosa.
Exemplos como não responder mensagens, evitar contato visual, negar afeto após uma discussão ou quando a discução terminou conforme seus termos. Esses comportamentos são sinais claros de abuso emocional.
7. Eles usam chantagem emocional
A chantagem emocional é um termo popularizado pela Dra. Susan Forward em seu livro de 1997, Chantagem Emocional: Quando as Pessoas Usam o Medo, a Obrigação e a Culpa para Manipular Você. Consiste em alguém usar seus sentimentos de amor, simpatia ou medo contra você para conseguir o que deseja.
Exemplos comuns incluem frases como: “Se você me amasse, faria…”, “Como pôde fazer isso comigo depois de tudo o que fiz por você?” ou “Se você não fizer o que pedi, quem sabe o que vai acontecer comigo”. Essas declarações visam fazer você se sentir culpado ou obrigado, deixando-o preso, ameaçado ou desamparado.