Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iSe prestarmos atenção à psicologia, neurociência, pedagogia e outras áreas que estudam o comportamento infantil, perceberemos que as crianças são como esponjas, e os adultos, como espelhos. Nossos filhos imitam o que veem e aprendem com o que lhes ensinamos, muitas vezes sem perceber.
Seguindo essa linha de pensamento, se quisermos que nossos filhos sejam mais inteligentes emocionalmente, os pais devem se comunicar com eles de uma forma emocionalmente inteligente. Se usarmos uma linguagem tóxica e negativa, a confiança e a motivação das crianças diminuem, de acordo com a Universidade de Harvard. Por isso, é importante evitar certas abordagens e substituí-las por outras mais focadas na parentalidade positiva, sobre as quais já falamos aqui.
Julia DiGangi, neuropsicóloga com residências na Harvard Medical School e na Boston Medical School, possui um currículo impressionante. Ela escreveu o livro Energy Rising: The Neuroscience of Leading with Emotional Power. Além disso, estudou genética, trauma e resiliência na Universidade de Columbia, na Universidade de Chicago e em Georgetown. Portanto, quando ela fala sobre inteligência emocional e educação, é mais do que uma especialista. Foi ela quem revelou o que devemos evitar para ajudar nossos filhos a se tornarem adultos emocionalmente inteligentes, capazes de manter relacionamentos saudáveis, com a responsabilidade emocional necessária.
Para que isso aconteça, é fundamental que a comunicação com os filhos favoreça sua independência, mas também a conexão com os pais, como destaca a especialista. Ela também ressalta, em entrevista à CNCB, que existem três frases que os pais de crianças emocionalmente inteligentes nunca devem usar.
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1. "Por que você não me escuta?"
É possível que nossos filhos não nos escutem porque não entendem o que estamos dizendo, e não porque não querem. A especialista destaca que "o cérebro das crianças está programado para a autonomia e a necessidade de explorar o mundo com base na sua própria identidade, e não nas crenças que os outros têm sobre quem elas deveriam ser."
Essas crenças são, na verdade, o que os pais pensam sobre elas, e as crianças nem as consideram. Se buscamos aumentar a inteligência emocional, o objetivo é a conexão, e para isso é fundamental que a comunicação seja fluída. Em vez de perguntar "por que você não me escuta?", podemos tentar trocar de papéis e perguntar "Eu te ouvi?" Talvez o problema não esteja na criança, mas em nós.
2. "Por que você não quer fazer isso?"
Quando uma criança tem dificuldades, não é porque não queira fazer as coisas corretamente, mas porque não consegue. Não é uma questão de motivação, mas sim de capacidades da criança. Em vez de insistir perguntando por que ela não quer fazer algo, podemos procurar entender o que a motiva e por que ela age dessa forma.
3. "Você está sendo muito desrespeitoso!"
"Quando as emoções surgem, é natural querer controlar os sentimentos do seu filho, dizendo-lhe para calar a boca, se acalmar ou ouvir com mais atenção. Mas, como pai, seu trabalho não é controlar as emoções dos seus filhos, mas sim controlar as suas próprias", afirma DiGangi. Se ficarmos tão nervosos quanto as crianças, não estaremos ensinando como lidar com emoções como frustração ou raiva, que, apesar do que tendemos a pensar, não são negativas. São apenas emoções.
A abordagem mais emocionalmente inteligente é fazer perguntas específicas e sem julgamentos, e depois declarar sua disposição para ouvir. Por exemplo: se seu filho não terminou a lição de casa e você o repreende dizendo que isso é responsabilidade dele, ele pode responder, ficar nervoso e levantar a voz.
Em vez de dizer que ele está sendo desrespeitoso, podemos tentar, conforme sugere a especialista: "Vejo que você ainda não terminou de fazer a lição de casa. Você estaria disposto a falar sobre isso? Só quero entender sua experiência e saber se posso te ajudar”.