Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iSe você é pai ou mãe, sabe muito bem que é fácil cair na armadilha de se preocupar com cada detalhe da infância dos filhos – da roupa que eles usam ao tipo de festa de aniversário que têm. Afinal, queremos sempre o melhor para eles, certo? Mas, será que todas essas decisões realmente importam a longo prazo?
A verdade é que muitas das coisas que nos tiram o sono hoje não farão a menor diferença na vida do seu filho daqui a 15 anos. Com a ajuda da neuropsicóloga Andrea Ladislau, vamos explorar algumas dessas preocupações que podem ser deixadas de lado sem culpa, ajudando você a focar no que realmente importa: criar memórias felizes e fortalecer os laços familiares.
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7 coisas que não farão diferença daqui a 15 anos na vida do seu filho
Como pais, é natural querer acertar em tudo e garantir que cada detalhe da infância seja perfeito. Mas a verdade é que muitas preocupações que tiram o nosso sono agora não terão relevância nenhuma no futuro. E mais: podem até contribuir para criar adultos perfeccionistas, sempre insatisfeitos com suas conquistas.
“O perfeccionismo pode causar muito estresse e a pessoa nunca vai se achar boa o suficiente atrás de uma perfeição ilusória”, explica a neuropsicóloga Andrea Ladislau. Então, que tal dar uma pausa no excesso de cobrança? Confira a lista de coisas que, daqui a 15 anos, seu filho nem vai lembrar:
1. Se as roupas estavam combinando perfeitamente
Quantas vezes você insistiu para seu filho trocar de roupa porque “não combinava”? Essa batalha diária será completamente esquecida no futuro. Priorize o conforto e a autonomia da criança. Afinal, aprender a se vestir sozinho é muito mais valioso do que sair impecável nas fotos.
2. A decoração da festa de aniversário
Sim, temas e decorações elaboradas estão em alta, mas o que realmente importa é a alegria da criança. “Tirar tempo para se divertir, ter amigos e criar memórias felizes tem um impacto muito maior na vida de uma pessoa do que a busca pela perfeição em algo passageiro”, ressalta Andrea.
3. Se ele tirou 10 em todas as provas
Notas perfeitas podem parecer o sonho de muitos pais, mas insistir nisso pode criar um adulto obcecado por resultados. Valorize o aprendizado e celebre o esforço. “Estabelecer metas e prazos realistas desde a infância ensina a lidar melhor com os desafios na vida adulta”, sugere a especialista.
4. Se a lancheira era sempre digna de Instagram
O lanche perfeito, com cortes em forma de estrela, pode ser bonito, mas não é sustentável a longo prazo. O mais importante é oferecer uma alimentação equilibrada e ensinar bons hábitos alimentares, sem pressão por uma apresentação impecável.
5. Se ele era o melhor no esporte ou na atividade extracurricular
A infância é o momento de explorar interesses e habilidades, sem a pressão de ser o melhor em tudo. “Ensinar a importância de se divertir e relaxar, em vez de se cobrar excessivamente, ajuda a formar adultos mais equilibrados emocionalmente”, destaca Andrea.
6. Se o quarto estava sempre organizado
Claro, ensinar organização é essencial, mas exigir um quarto impecável o tempo todo pode ser exagero. Focar em criar uma rotina leve de arrumação, sem perfeccionismo, pode evitar que seu filho cresça com dificuldades para delegar ou concluir tarefas por querer fazer tudo sozinho.
7. Se ganhou um brinquedo caro de presente
Crianças valorizam mais o tempo e a atenção dos pais do que presentes caros. Dedique momentos para brincar junto, pois essas memórias serão as que ficarão para sempre.
Dicas para os pais evitarem o excesso de ansiedade
Trazer o foco para o presente é essencial para reduzir a ansiedade e fortalecer os vínculos familiares. Andrea Ladislau reforça a importância de prestar atenção aos detalhes do cotidiano, mostrando interesse genuíno pela vida dos filhos e cultivando momentos de afeto e diálogo:
“Focar no agora, atentar-se aos pequenos detalhes do dia a dia e fortalecer as relações por meio do diálogo e do afeto faz muita diferença quando o objetivo é estimular a interação entre pais e filhos.” Reservar um tempo para ouvir o que eles têm a dizer, sem julgamentos, cria um ambiente acolhedor e fortalece a confiança.
Outro ponto crucial é aceitar que os filhos estão crescendo e que essa transição exige um novo olhar por parte dos pais. “A vida adulta exige novos olhares e maior atenção no fortalecimento das escolhas assertivas, além de jogo de cintura para lidar com os desafios”, destaca a especialista.
Reconhecer o amadurecimento dos filhos, respeitar suas escolhas e oferecer apoio, mesmo que à distância, é fundamental para que desenvolvam autonomia e confiança. Além disso, Andrea lembra: “Alguns pais precisam reconhecer e aceitar que seu(a) filho(a) cresceu.”
Esse reconhecimento não apenas reduz a ansiedade dos pais, mas também fortalece o relacionamento ao longo do tempo. O papel dos pais não é controlar todos os aspectos da vida dos filhos, mas sim guiá-los, apoiá-los e confiar na capacidade deles de aprender com os próprios erros.
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