Médico pela Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, doutor em Ginecologia pela Es...
iQuando se fala em tentativa de gravidez ou tratamento para infertilidade logo se pensa na mulher como o centro da questão. Na verdade, o tema diz respeito aos homens numa proporção equivalente - em todo o mundo, cerca de 40% do total de casais inférteis enfrentam problemas relacionados ao homem.
Na Europa, esse dado pode ser ainda mais significativo. Recente pesquisa realizada em 24 países pela Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia aponta que a ICSI, técnica de injeção de esperma intracitoplásmica, utilizada geralmente em casos de esperma de baixa qualidade, vem superando a procura por tratamentos de FIV (Fertilização in Vitro) clássica. O estudo europeu revela que em 1997 a opção por ICSI - intra citoplasmatic sperm injection - correspondia a 43% dos tratamentos de FIV. Em 2002, o percentual aumentou para 52%. Desenvolvida em 1991 por cientistas italianos, a técnica é indicada em casos de infertilidade causada por baixa quantidade ou qualidade do esperma.
Na FIV clássica, óvulo e espermatozóide são colocados em contato, em laboratório, para a formação do embrião. Na FIV por ICSI, técnica considerada um dos maiores avanços na história da ciência da Reprodução Assistida, o espermatozóide é introduzido no óvulo maduro, por meio de uma microscópica injeção.
Causas da infertilidade masculina
As causas da infertilidade masculina estão relacionadas à produção do espermatozóide: sua quantidade, morfologia e motilidade. Um homem considerado normal do ponto de vista da fertilidade gera algo em torno de 80 milhões de espermatozóides na ejaculação.
O espermatozóide também deve obedecer um padrão em relação à morfologia (formato) e à capacidade de movimentação (motilidade). A varicocele, por exemplo, que reduz a motilidade, é uma das causas mais comuns da infertilidade. Pesquisas recentes têm apontado outros diferentes fatores como causas prováveis da infertilidade masculina, entre eles diabetes, obesidade, má qualidade de vida e estresse.
A idade avançada também é fator de risco para os homens. Após os 40 anos, a qualidade do esperma diminui. O que está em jogo é a fragmentação do DNA do esperma, que diminui a taxa de gravidez. Essa fragmentação pode resultar de múltiplos fatores como uso de drogas, febre alta, temperatura testicular elevada, poluição e fumo. Quanto mais qualidade de vida, mais qualidade e maior a integridade do esperma. É fundamental realizar uma ampla pesquisa diagnóstica para a escolha do tratamento mais adequado para cada caso.
Eduardo Motta é ginecologista e especialista em Reprodução Humana, diretor da Huntington Medicina Reprodutiva
Para saber mais, acesse: www.huntington.com.br