
Psicóloga formada em 1998 pela Faculdade de Ciências e Letras, com validação e equivalência de diploma pela Universidade...
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Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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A Geração Z está vivendo um paradoxo curioso: enquanto muitos não conseguem pagar o aluguel, essa será, em poucos anos, a geração mais rica da história. Parece contraditório, mas os números não mentem.
Um estudo do Bank of America revelou que, apesar das dificuldades financeiras atuais — incluindo a necessidade de ganhar 146% do salário mínimo para sobreviver — os jovens da Geração Z já acumulam US$ 9 trilhões globalmente. E esse valor deve disparar para impressionantes US$ 74 trilhões até 2040.
A grande virada financeira virá com a chamada “Grande Transferência de Riqueza”, um fenômeno que redistribuirá trilhões de dólares para essa nova geração nos próximos anos. Ou seja, por mais que a Geração Z esteja enfrentando um custo de vida cada vez mais alto, a maré pode virar muito antes do que imaginamos.
Apesar de ser uma boa notícia, também existe uma preocupação quanto a esse cenário: como esses jovens vão lidar com a responsabilidade financeira no futuro?
De onde virá esse dinheiro da Geração Z?
A explicação para esse fenômeno está nos US$ 84 trilhões que, até 2045, serão transferidos das gerações mais velhas para as mais novas na forma de heranças. Embora a maior parte desse valor vá para a Geração X e os Millennials, 38% da Geração Z também receberá uma fatia desse montante.
Empresas financeiras como o Bank of America enxergam essa transição como uma revolução, principalmente porque a situação econômica da Geração Z criou o ambiente ideal para que esses jovens se tornem um motor econômico mais poderoso do que qualquer geração anterior. Basta observar seus hábitos de consumo para entender o motivo desse otimismo.
Diante da dificuldade de lidar com o alto custo de vida atual, a Geração Z já se acostumou a preços elevados para compras e aluguéis. Enquanto enfrenta essa realidade, passou a valorizar pequenas indulgências e luxos, muitas vezes sem priorizar a necessidade de economizar. A ideia de formar uma família foi adiada ou descartada por muitos, e o dinheiro tem sido direcionado para viagens, compras online e autocuidado.
O impacto do consumismo na saúde mental
Esse comportamento de consumo, muitas vezes impulsivo, pode ter impactos diretos na saúde mental da Geração Z. O desejo constante de gratificação imediata, aliado à pressão social para acompanhar tendências e estilos de vida idealizados nas redes sociais, pode gerar um ciclo de ansiedade e insatisfação.
Além disso, a cultura da hiperconectividade incentiva compras impulsivas, muitas vezes usadas como válvula de escape emocional. A prática de gastar para aliviar o estresse — conhecida como "terapia de compras" — pode trazer um alívio momentâneo, mas, a longo prazo, tende a gerar um sentimento de vazio e frustração.
Por isso, especialistas recomendam que a Geração Z desenvolva uma relação mais consciente com o dinheiro, equilibrando seus gastos com planejamento financeiro e investindo no bem-estar emocional para evitar que o consumo se torne uma fuga para problemas mais profundos.
Em um artigo escrito para o MinhaVida, a psicóloga Adriana de Araújo ressalta que "para se livrar do vício do mau uso do dinheiro é preciso conhecimento administrativo (como, quando e quanto investir; quais opções, como, quando e quanto gastar; como, quando e quanto poupar etc.), além de calma e equilíbrio emocional. Sem conhecimento específico, não se fazem boas ideias nem bons negócios."
É uma geração que sonha em gastar o dinheiro que ainda não tem e, quando finalmente tiver esse poder aquisitivo, poderá se tornar uma das forças mais transformadoras para economias, mercados e sistemas sociais, segundo o estudo do Bank of America. Por isso, especialistas acreditam que a Geração Z redefinirá o que significa ser um consumidor.