
Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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A verdade é que já não parece tão claro quantas refeições devemos fazer por dia para manter uma vida saudável. Isso porque alguns especialistas defendem duas ou três refeições diárias em vez das cinco habituais, enquanto outros falam sobre os benefícios do jejum intermitente.
Um dos nomes que defende a ideia de fazer apenas duas refeições ao dia é Dan Buettner, o conhecido especialista em longevidade. Ele estuda, há mais de duas décadas, os hábitos de vida das pessoas que vivem nas regiões mais longevas do planeta e reuniu as conclusões dessas pesquisas em livros como “The Blue Zones Secrets for Living Longer: Lessons From the Healthiest Places on Earth” e “The Blue Zones Kitchen: 100 Recipes to Live to 100”.
Centenários comem duas vezes ao dia
Entre suas dicas para viver mais, Buettner destaca que o ideal é fazer duas refeições por dia. Para ele, o jejum intermitente natural — praticado por muitas das pessoas mais longevas do mundo — é uma forma eficaz de prolongar a vida. O especialista revela que, normalmente, também faz apenas duas refeições ao dia, com base na observação de que "pessoas longevas consomem a maior parte de suas calorias em um intervalo de 10 a 12 horas".
Em muitas das regiões conhecidas como Zonas Azuis, onde há maior concentração de centenários, o café da manhã costuma ser a refeição principal, o almoço é moderado e o jantar é leve — ou até mesmo inexistente.
Além da recomendação de fazer poucas refeições ao dia, Buettner sugere outras práticas para ajudar o corpo a envelhecer de forma mais lenta. Entre elas, destaca-se o consumo caprichado de leguminosas, vegetais, grãos integrais e oleaginosas (como nozes), enquanto o consumo de carne deve ser esporádico e os alimentos ultraprocessados devem ser evitados ao máximo.
Em sua conta no Instagram, o especialista conta que consome leguminosas diariamente. Especificamente, ele procura incluí-las no café da manhã e no jantar, já que pessoas que ingerem uma xícara de feijão por dia tendem a viver até quatro anos a mais do que aquelas que não o fazem. Por isso, para começar o dia, ele sugere um minestrone sardo — uma receita que leva três tipos de feijão e cerca de cinco tipos de vegetais.
O que a ciência diz sobre isso
A teoria de Buettner se baseia em sua pesquisa de mais de 20 anos sobre as Zonas Azuis. Regiões como Sardenha (Itália), Okinawa (Japão) e Nicoya (Costa Rica) têm em comum o fato de concentrarem uma alta proporção de pessoas com mais de 90 e 100 anos — e com boa saúde.
Ainda assim, sua teoria não é unanimidade. Para além das convenções sociais e hábitos culturais, não há um consenso universal sobre o número ideal de refeições por dia. Como aponta um estudo publicado na revista Nutrients, o melhor é organizar as refeições de acordo com as necessidades e a rotina de cada pessoa.
A pesquisa indica que diversas investigações demonstraram um aumento significativo no risco de doenças quando há uma alta frequência alimentar (seis ou mais refeições por dia), em comparação com uma frequência baixa (uma ou duas refeições por dia) — o que coincide com a teoria de Buettner.
A nutricionista e pesquisadora Diana Díaz Rizzolo explica que "cada organismo responde de forma única, com base no que aprendeu, no que está codificado em seus genes ou na sua capacidade metabólica. Portanto, o que pode ser benéfico para uns pode não ser para outros".
A nutricionista Bárbara Sánchez também compartilha dessa visão, afirmando que "o importante é que todas as necessidades nutricionais sejam atendidas — incluindo carboidratos, proteínas, gorduras etc.".
Independentemente do número de refeições ideal, o que parece claro é que a combinação de um estilo de vida ativo e uma alimentação baseada em alimentos naturais é essencial para uma vida longa.