Psicóloga formada em 1998 pela Faculdade de Ciências e Letras, com validação e equivalência de diploma pela Universidade...
iEducar os filhos é uma tarefa complexa, mas que não precisa ser penosa. Cabe aos pais a escolha de como fazê-lo. Muitas dessas escolhas são baseadas em aprendizados anteriores, que podem vir através dos ensinamentos recebidos dos pais. Mas nem sempre a mesma forma de educar funciona para todas as pessoas; é preciso entender que cada um tem necessidades diferentes. As caracteristicas pessoais e a personalidade devem influenciar nessa escolha. É fundamental que a criança cresça e aprenda o que pode ou não fazer, dentro e fora de casa. Os pais devem dar esse suporte para um bom desenvolvimento sem atribuir essa responsabilidade a outros.
A escola também é educadora. Alem das matérias que são ensinadas, a escola oferece a possibilidade do convívio com outras crianças. Isso implica em saber lidar com as diferenças: intelectuais, sociais, religiosas, etc. Entretanto a escola não é responsável pela formação e/ou correção do caráter da criança. Estudos mostram que por dia um professor estadual é agredido por aluno (s) e que o Brasil é o quinto pais do mundo em numero de mortes entre os jovens por violência. Como saber de a educação dada aos filhos contribui ou não para esses números? Qual a diferença entre disciplina e repressão?
A disciplina consiste em regras que existem para o bom convívio com a família e os demais. Aos pais cabe a orientação de como essa criança deve proceder para se adequar. É preciso explicar de onde vêem as regras, para que servem e como segui-las. A repressão é diferente, implica em conter e impor. Muitos pais se confundem nessas questões e optam por ser "liberais"; acreditando que seus filhos podem fazer tudo o que querem sem que haja a necessidade de orientá-los. Mas como essa criança vai aprender a governar a si própria sem saber quais são os seus limites?
Uma criança que pode fazer "tudo o que quer" fica propensa a dificuldade de relacionamento e baixa auto-estima, pois se torna incapaz de lidar com as frustrações normais do dia-a-dia, com os imprevistos que fazem parte de uma vida normal, afinal nem sempre as coisas são como se quer. A sabedoria consiste em aprender a viver e conviver com o real.
Toda casa deve ter uma regra interna para uma boa convivência.
Algumas dicas:
- Manter a palavra e evitar voltar atrás.
- Quando isso não acontece a criança não entende a mensagem dada. Manter a palavra transmite segurança. Mas cuidado! Errar é humano, e se for preciso, os pais podem e devem pedir desculpas.
- Fale de forma clara e objetiva, evitando ironias e sarcasmos.
- Crianças pequenas não conseguem assimilar o que alguma coisa quer dizer, elas tendem a compreende de forma literal aquilo que lhes é falado, sem conseguir transcodificar a informação que os pais tentaram passar.
- Crie ordens: estudo, cuidado pessoal (higiene / alimentação / vestuário, etc), prática de esportes.
- crianças devem ter equilíbrio nas atividades realizadas. A própria interação social é uma forma também de incentivar e criar situações de limites, uma vez que há regras de convívio, valores e crenças. Conviver com outras pessoas implica em respeitar limites.
Pais separados devem manter uma coerencia na educacao para que essa crianca internalize o que esta aprendendo, pois se as mensagens sao contraditorias se torna dificil a compreensao. O que ocorre muitas vezes é que aquele que nao mora com a crianca, e tende a ver menos, sente-se culpado e quer agradar em excesso. Na ansia de fazer certo, acaba aceitando as imposicoes e cobrancas da crianca, perdendo o controle da situacao.
Lembre-se: Impor limites é uma forma de mostrar carinho demonstrando preocupação e atenção. Não é a quantidade de tempo que se passa com os filhos, mas sim a qualidade desse tempo.
Texto publicado Brincando em família - n 01 - ano I - Novembro de 2004.
Adriana M. A. de Araújo é Psicóloga clínica e hipnoterapeuta ericksoniana.
Para saber mais, acesse: www.curadaalma.com.br