Planejar a gravidez não é apenas uma questão de organização familiar ou financeira, mas uma medida fundamental para a prevenção de doenças, de problemas gestacionais, de más formações e a garantia da gestação de uma criança normal e saudável. Preparar-se previamente para a concepção já é considerado um novo conceito de gravidez, que ganhou até um nome: gravidez de 12 meses ou em inglês one-year pregnancy - gravidez de um ano.
Na prática, essa preparação deve se dar três meses antes da concepção ou do início das tentativas para engravidar e requer a adoção de muitas medidas. Uma delas é o exame clínico seguido de uma investigação completa para verificar possíveis inflamações, ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis, desde as mais conhecidas como sífilis, AIDS, hepatites B e C, pesquisa de Streptococos agalactieae e até infecções como a clamídia. Essa bactéria provoca uma infecção assintomática no homem e na mulher e pode levar à esterilidade do casal, ao aborto e ao parto prematuro. Nas gestações seguidas de aborto deve se investigar fatores imunológicos e de coagulação, assim como outros. Cada caso deve ser investigado individualmente.
A consulta médica e os exames ainda devem revelar se a futura mamãe é diabética, hipertensa, se está imunizada contra a rubéola e a toxoplasmose. Também é avaliada a condição nutricional da mulher. Ela não pode estar abaixo ou acima do peso ideal para encarar a gestação. Ainda deve-se considerar o seu grau de condicionamento físico - se é sedentária ou praticante de alguma atividade física - e se é fumante.
Suplementação vitamínica Partindo do princípio de que o corpo da grávida é mais exigido durante os nove meses, é possível fazer a suplementação vitamínica e mineral durante a etapa de preparação da gravidez, ou seja, três meses antes da concepção. A substância mais importante a ser reforçada é o ácido fólico, a vitamina B9. Isso porque ele é capaz de prevenir em até 70% as más formações do sistema nervoso central, responsável por males como macrocefalia (crescimento exagerado do cérebro) e anencefalia (ausência de cérebro), além disso, evita também a má formação cardíaca e dos membros inferiores e superiores.
Mas não é só o ácido fólico que precisa ser suplementado. Existem várias vitaminas e sais minerais que ajudam a garantir uma gestação saudável. As vitaminas B6 e B12 também previnem as más formações no feto. As conhecidas C e E evitam a pré-eclâmpsia. Já a vitamina A está relacionada a uma menor incidência de transmissão do vírus da AIDS da mãe para o feto. Mas é bom lembrar que suplementos para mulheres que desejam engravidar, para gestantes e também para aquelas que amamentam só podem ser prescritos por um médico.
Orientação nutricional
Variedade é a palavra-chave que deve nortear a alimentação da mulher que está programando a gravidez. No cardápio da futura mamãe não podem faltar carboidratos integrais, vegetais verde-escuros, leite e derivados e alimentos protéicos de origem animal, todos eles fontes de ácido fólico. Para consumir todas as vitaminas e minerais necessários, a orientação é que a mulher coma os mais variados alimentos, alternando cores e sabores. Só assim terá uma gama maior de nutrientes todos os dias.
O ferro e a vitamina B12 são mais bem aproveitados pelo organismo quando associados à proteína de origem animal. O ferro participa da formação das fibras cardíacas e do transporte de oxigênio para o coração e para o corpo todo. Também não podem faltar o zinco - fundamental para o sistema imunológico e o crescimento - e o cálcio - essencial para a formação da estrutura óssea do bebê.
Prática de exercícios
Tão importante quanto a boa alimentação é manter uma atividade física, sob orientação médica. Uma das vantagens de se preparar para a gravidez é que a mulher sedentária pode aproveitar o período que antecede a gestação para começar a se exercitar. E quando estiver esperando o bebê, a futura mamãe já estará condicionada fisicamente e poderá dar continuidade ao gênero de atividade física que está praticando, mas com moderação e acompanhada por um profissional.
O pai também deve se preparar
O companheiro ou marido também deve adotar alguns cuidados antes da concepção. O homem deve fazer uma investigação com o urologista para detectar as doenças sexualmente transmissíveis e aproveitar para cuidar da saúde. Este é um bom momento para abandonar maus hábitos como cigarro, álcool e drogas, que interferem na produção de espermatozóides de qualidade.
Dr. Aléssio Calil Mathias é ginecologista e obstetra, diretor da Clínica Genesis.
Para saber mais, acesse: www.clinicagenesis.com.br
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