Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
iOlá leitoras, segue um artigo muito interessante e importante.
Fatores psicossociais negativos e eventos estressores, especialmente a depressão e a ansiedade, estão intimamente relacionados à dor cervical recorrente ou persistente, segundo médico alemão Dr. Martin Scherer, da Universidade de Gottingen. O artigo saiu publicado no " The journal of Musculoskeletal Disorders", em 26 de janeiro de 2009. Segundo as pesquisas, para que os resultados favoráveis sejam a longo prazo, é essencial levar em conta os fatores psicossociais e incluí-los junto ao tratamento que é chamado "terapêuticas estratégicas para a dor cervical".
O estudo envolveu 448 pacientes com pelo menos um episódio de dor no pescoço entre março e abril de 2006, tendo eles preenchido questionários específicos para essa condição. 44% dos sujeitos tinham 50 anos ou mais e 80% eram mulheres. Um terço tinha educação básica e outro tanto estava desempregada ou aposentada. 56%, mais da metade delas, referiu dor no pescoço no dia em que completaram o questionário e 26% apresentou dor constante no pescoço durante o ano de 2008.
Conforme o resultado baseado nos questionários, 20% apresentava-se com depressão maior e 28% estava ansiosa. Segundo o especialista, em todas as análises, depressão e ansiedade estavam altamente correlacionadas a aumentos dos níveis de cervicalgias. Quando os níveis de depressão e ansiedade se aproximam de ¼ do valor total na escala de dor cervical, os indivíduos com humor deprimido ou ansioso estavam com alta probabilidade de estar no grupo das pessoas com os maiores níveis de dor cervical.
O resultado, dizem os pesquisadores, sugerem que o grau de cervicalgia está relacionado ao grau do estresse psicológico. Ou seja, quanto maior a dor cervical nesses pacientes, maior atenção deverá ser dada aos estressores psicossociais como um "fardo adicional". Dr. Scherer e outros pesquisadores observaram achados consistentes em revisão sistemática recente, onde investigava fatores determinantes e de risco para dor cervical na população geral e encontrou evidência sólida somente para fatores que envolviam a saúde emocional da pessoa.
Segundo a pesquisa, as terapias para o tratamento das cervicalgias crônicas tenderão a ser mais eficazes quando os sintomas psicológicos forem levados em conta, pois já provaram ser ponto central para o desenvolvimento e prognóstico das dores cervicais
Evelyn Vinocur é psicoterapeuta cognitivo comportamental. Atua na área de saúde mental de adulto e é especializada em saúde mental da infância e adolescência.
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