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Quem já precisou usar um banheiro químico conhece o horror: sujeira, mal cheiro, diversos usuários? O lugar perfeito para pegar uma infecção! Mas não o único: "cuidados de higiene devem ser observados em qualquer banheiro, mesmo em casa", explica o infectologista Cláudio Gonsalez, do Hospital Santa Paula (SP).
A diferença é que o banheiro químico costuma ter menos recursos: não há uma pia, por exemplo. Mas em muitas situações, ele é a única alternativa para aliviar a bexiga. E é possível sim usá-lo sem por a saúde em risco. Veja a seguir o conselho dos nossos especialistas:
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Evite o contato com o vaso
O vaso sanitário é o local com mais bactérias por milímetro quadrado do banheiro químico. Por isso, evite o contato! "As mulheres estão em maior risco, já que elas precisam se sentar para urinar, enquanto os homens conseguem ficar de pé", comenta o ginecologista Alexander Kopelman, professor do Departamento de Ginecologia da Universidade Estadual de São Paulo (Unifesp). Nessas situações elas se tornam muito suscetíveis e infecções vaginais e micoses.
Mas, independente do sexo: se for preciso sentar na privada, certifique-se que você não entrará em contato direto com ela. Como? Usando um protetor. "Hoje existem opções compactas de protetores de assento sanitário de papel ou plástico que cabem no bolso e podem ser levadas a qualquer lugar", considera o especialista.
Mas, se você não tiver um a mão, pode usar o bom e velho papel higiênico mesmo: basta colocar as tiras em volta do vaso sanitário e sentar-se. Mas cuidado para que este papel não caia no vaso e entupa a tubulação.
Outra ideia, caso falte papel higiênico, é usar um pouco, passar álcool em gel e higienizar a superfície. Mas não adianta passar ele sozinho: "ai você só retira a sujeira visível, mas os micróbios continuam", considera Gonsalez.
Mas o papel higiênico não pode estar contaminado também? "O papel não é um elemento esterilizado, mas, provavelmente, possui os mesmos micróbios que o que usamos em casa", lembra o infectologista Thiago Mamede, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Tenha sempre álcool em gel consigo
E não é só na hora de higienizar o vaso sanitário que você deve apelar para o álcool em gel: ele é o grande amigo na hora de higienizar as mãos, o que é importantíssimo. "As bactérias podem ficar presas nas unhas e causar micoses ou mesmo serem transmitidas aos alimentos, causando uma infecção intestinal", enumera o ginecologista Kopelman.
É até importante ressaltar: a higienização das mãos deve ser feita antes e depois de usar o banheiro.
Caso você tenha acesso a uma pia, no entanto, você pode lavar as mãos com sabão líquido. "Sabonetes em barra permitem que resíduos fiquem em sua superfície e ainda podem se tornar verdadeiras colônias de bactérias por acumular água no recipiente em que são guardados", esclarece a infectologista Maria Lavínea Figueiredo, do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica.
Cuidado com onde você encosta
Vale lembrar que como o banheiro químico é frequentado por muitas pessoas diferentes, não é só o vaso que pode estar contaminado: evite encostar muito nas paredes não só com as mãos, como com o resto do corpo.
E se você saiu do banheiro químico e ainda não higienizou as mãos, cuidado com as outras pessoas: "é possível passar as bactérias das mãos para os outros, apesar de ser um risco um pouco menor", considera o infectologista Gonsales.
Saiba escolher bem seu banheiro
Mesmo com estes cuidados todos, não se esqueça de fazer uma inspeção rápida no banheiro antes de entrar: "se ele estiver em condições muito desfavoráveis, evite usar", aconselha o ginecologista Kopelman.
Outra opção é tentar usar o banheiro de algum estabelecimento comercial da rua, se houver: "mas lembre-se, lá será necessário tomar os mesmos tipos de cuidado com o vaso sanitário e a higienização das mãos", frisa o infectologista Gonsalez.