Quando o assunto é a visita ao ginecologista, a opinião da mulherada é quase unânime: é constrangedor ficar deitada naquela maca numa posição desconfortável e contando suas intimidades para o médico.
Se a situação já é estranha quando conhecemos o profissional há algum tempo, a coisa piora um pouco quando trocamos de médico e vamos passar por uma consulta pela primeira vez. Para quebrar o gelo e relaxar, muitas pacientes fazem brincadeiras que nem sempre encontram boa receptividade, transformando a consulta num show de constrangimento.
"Elas acham que olhamos a mulher com outros olhos e na verdade quem atende a paciente é o médico e não o cidadão", diz o ginecologista da Unifesp, Luiz Henrique Gebrim. "Entendo que é constrangedor para elas falar de suas intimidades, mas fazer consultas periódicas ainda é a melhor maneira de evitar doenças graves", continua ele. Por isso, o MinhaVida preparou um guia de dicas para ajudar você a se sentir mais segura na hora da consulta com o especialista.
Consultório médico não é show humorístico
Se a ideia é descontrair, demonstrar simpatia e sinceridade ajuda muito na hora da consulta. "A relação entre médico e paciente deve ser mantida na base da confiança. A paciente precisa confiar no profissional que a atende para não omitir nada que possa alterar o diagnóstico, porém, não dá para fazer do médico um amigo de piadas", diz o ginecologista Luiz Henrique Gebrim.
Levar o marido pode?
Isto depende muito da paciente. "Se ela vai se sentir mais segura com a presença do marido, não há problemas", diz o ginecologista.
Ginecologista não é psicólogo
É muito comum que as pacientes procurem o ginecologista para desabafar. Luiz Henrique Grebim explica que as mulheres se sentem mais fragilizadas quando o assunto é a vida pessoal. "Elas sentem necessidade de falar e daí os ginecologistas viram verdadeiros psicólogos de improviso. É difícil porque o médico precisa de jogo de cintura para mostrar para aquela paciente que o problema dela não é ginecológico, e sim emocional", explica.
O que devo ou não contar na hora da consulta?
Informações pertinentes são mais do que bem-vindas. "É importante saber se a vida sexual da paciente é ativa e se ela sente dores durante a relação sexual, por exemplo, mas não preciso saber detalhes do desempenho do parceiro, por exemplo", diz Luiz Henrique.
Como fazer para relaxar antes dos exames ginecológicos?
"Geralmente, as pacientes ficam inseguras por algum trauma de consultas anteriores ou por medo do diagnóstico, por isso, acho que a melhor maneira de fazê-las relaxar é conversar, entender seus medos e então, decidir quais métodos usar", explica Luiz Henrique. Para ele, é responsabilidade do médico de tornar a consulta mais agradável e amenizar os incômodos provocados pelos exames : "cabe ao médico perceber se a mudança no método vai ou não melhorar o atendimento daquela paciente. Às vezes, usar um dedo no exame de colo de útero e não os dois, pode trazer o mesmo resultado e não ferir a paciente", continua ele.
Como se livrar do desconforto que o exame de rotina causa?
Repouso e cuidado com a higienização são sempre importantes. "Não adianta nada passar a pomada, tomar remédios e depois sair pulando. O ideal é repousar um pouco", explica o ginecologista.