Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação...
iEmbora o primeiro contato com o Brasil tenha sido em 1810, através de cartas trocadas entre Samuel Hahnemann (o criador da homeopatia) e José Bonifácio de Andrade e Silva, o Patriarca da Independência (ambos tinham interesse em mineralogia), o dia 21 de novembro de 1840 é considerado, oficialmente, como o Dia Nacional da Homeopatia.
Nessa data, Benoit Jules Mure (Bento Mure, como ficou conhecido no Brasil), um discípulo francês de Hahnemann, chegou ao Rio de Janeiro, com mais cem famílias para tentar instalar na Península do Sahy (vale do Itajaí), na divisa do Paraná com Santa Catarina, uma colônia societária para formar a base de uma comunidade industrial de máquinas a vapor.
Entre 1840 e 1980, quando a Homeopatia foi reconhecida como uma especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina, muitos obstáculos foram transpostos para que a população pudesse ter acesso legal e quase irrestrito a essa forma terapêutica holística e diferenciada, de mais de 200 anos de conhecimento.
Em 1990, a AMHB (Associação Médica Homeopática Brasileira) passou oficialmente a fazer parte do Conselho de Especialidades Médicas da AMB e, desde então, realiza anualmente a prova para obtenção de Título de Especialista em Homeopatia.
A partir daí, somaram-se as especialidades de Farmácia, Odontologia e Medicina Veterinária, também com reconhecimento e habilitação através de seus conselhos de especialidades, ampliando as possibilidades de utilização dos benefícios da homeopatia, já comprovados através da prática e de trabalhos científicos em âmbito nacional e internacional.
A homeopatia é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto à produção, distribuição e a dispensação de medicamentos homeopáticos. Atualmente, a homeopatia é praticada por profissionais habilitados (médicos, farmacêuticos, dentistas e veterinários) em seus consultórios e em ambulatórios privados, e já está incluída também na "Política Nacional de Práticas Integrativas e Medicinas Complementares" para o SUS, devendo ser implantada pelas secretarias da saúde dos municípios do País.
Todo médico, para ser homeopata, cursou uma faculdade de medicina tradicional (durante 6 anos). Além disso, uma grande parte deles fez uma residência médica em alguma outra especialidade (eu sou pediatra, mas há proctologistas, ginecologistas, ortopedistas, cirurgiões entre outros) por mais 2 ou 3 anos.
E só aí, através de um curso de pós-graduação, esses médicos se graduaram em homeopatia. Ou seja, um médico homeopata é um médico. Assim como houve estudos para se descobrir novos antibióticos, novas vacinas, novas técnicas cirúrgicas, os medicamentos homeopáticos também têm sua utilização baseada em experimentações em homens sãos e sensíveis, através de estudos bem fundamentados e, atualmente, passou do campo do empirismo para o campo das pesquisas clínicas e pré-clínicas, dentro da metodologia científica vigente.
Ou seja, um medicamento homeopático é um remédio, e apenas o médico homeopata está habilitado a prescrever um medicamento homeopático.
Hoje, como parte da Medicina Integrativa, o tratamento homeopático é mais uma possibilidade que o médico pode utilizar em benefício de seu paciente, muitas vezes de forma isolada e, em outras, conjuntamente a alternativas terapêuticas éticas, reconhecidas, como a acupuntura, a alopatia e a fitoterapia.
Afinal, a medicina, que é a arte ou ciência de prevenir, curar ou atenuar as doenças, tem como seu principal foco de atuação a qualidade de vida e saúde de um ser único, individual e integral, independente de idade, sexo, raça ou credo. Todos os esforços devem ser direcionados em prol da promoção à saúde desse ser, para atingir o seu equilíbrio, com qualidade, de uma forma suave, gradual e duradoura.