Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iLogo que um bebê nasce, todo o círculo social e familiar dos pais se volta a ele. As visitas e os presentes são inúmeros. Com o passar do tempo, a tendência é que essas visitas diminuam e a família entre em uma rotina. No caso das mães que trabalham fora, após os quatro meses de licença-maternidade chega a hora de voltar ao trabalho.
O término da licença-maternidade pode gerar sentimentos misturados. Por um lado o coração dói em ficar longe do filho, por outro, pode ser positivo retomar as antigas atividades, possibilitando, inclusive, que o tempo que vocês passam juntos seja de melhor qualidade.
Saiba mais: Licença-maternidade: quanto tempo, quem tem direito, quem paga e valor
Apesar dos aspectos emocionais envolvidos, esse momento também requer que a família tome decisões práticas: com quem deixar o bebê? Se o pai também trabalha, as opções se restringem a deixar com outros familiares, matricular em uma creche ou contratar uma babá.
Nenhum dos caminhos é uma decisão fácil. A angústia de deixar o pequeno com pessoas desconhecidas pode ser substituída pelo medo de um familiar "mimar" demais. Para a psicóloga Denise Franco, o essencial é que essa decisão seja tomada depois de muita conversa.
"Os pais precisam trabalhar muitas vezes até mesmo para garantir uma estabilidade para a família, mas o mais importante nisso tudo é alinhar com os cuidadores, seja família, escola ou babá, os princípios de educação familiar que desejam oferecer", explica ela.
Para cada uma das opções, há prós e contras que devem ser levados em conta.
Na casa de familiares
Quem não quer que os filhos sejam criados com o mesmo carinho e valores com que se foi criado? Essa segurança, aliada ao custo bem menor, é buscada quando os pais optam por deixar o bebê com avós ou tios da criança.
"A melhor opção é que os avós assumam papel de avós. Se passam grande parte do tempo juntos, acabam sendo como os pais da criança", lembra a psicopedagoga Maria Irene Maluf. Além disso, é preciso prestar atenção para que os dias não se tornem sempre "domingos". As regras de alimentação e horários da rotina precisam se manter.
Prós: O vínculo com a família só aumenta, e os valores têm mais chances de serem coerentes com a educação que se pretende oferecer
Contras: De acordo com Denise Franco, a opção pode acabar restringindo o contato social com outras crianças da mesma idade.
Dicas: Maria Irene alerta para que os pais se certifiquem se os familiares têm estruturas físicas para cuidar do bebê ou da criança, a fim de não sobrecarregá-los. Apesar de deixar seu filho com os avós dele, procure passar momentos com a criança para que ela aprenda a diferenciar a relação que tem com os pais e com os avós
Na creche
As creches estão repletas de especialistas em educação infantil. As pessoas que trabalham ali estudaram para entender o que é melhor para seu filho em cada idade. Em uma creche, por exemplo, os professores podem reconhecer os sinais mais rápido se algo não estiver certo, pois cuidam de outras crianças.
Prós: Segundo Denise, o principal ponto positivo é o convívio com outras crianças. Sem dúvidas, isso ensina a criança a dividir e ter uma relação positiva com quem está à volta. O ambiente também ensina desde cedo a se desvincular dos pais.
Contras: Por outro lado, a psicóloga pondera que creches acabam deixando o bebê muito tempo longe do convívio e do ambiente familiar.
Dicas: Para que tudo corra bem, procure recomendações de creches que ofereçam bons serviços. É importante deixar seu filho em um local que você confie. Caso contrário, é bem capaz que você passe todo o expediente pensando em como ele está sendo tratado, prejudicando.
Com a babá
Outra opção é contratar uma babá, profissional que se dedicará aos cuidados de seu pequeno no ambiente doméstico. "Ao colocar uma pessoa estranha dentro da sua casa, a escolha precisa ser muito mais criteriosa", reforça Maria Irene.
A especialista alerta ainda que algumas profissionais podem ser bastante competentes quanto aos cuidados infantis, mas pecam em outras questões. "Deixar a criança passar a tarde toda em frente à TV ou não dialogar com ela pode ser um desestímulo ao aprendizado", diz. Para esses casos, a recomendação de Denise fica ainda mais forte: a conversa é o melhor caminho.
Prós: Com uma babá, a criança fica no ambiente familiar e não passa pela fase de estranhar outros locais.
Contras: Escolher a babá ideal não é tarefa das mais fáceis. A profissional pode ser competente, mas os valores e condutas da profissional com a família podem divergir.
Dicas: A garantia de uma boa contratação está na recomendação. Procure profissionais a partir de indicações de pessoas que já conhecem o serviço.
Como aproveitar o tempo com os filhos?
Não é porque você voltou ao trabalho que a convivência com seu filho será prejudicada. Para Denise, o tempo que os pais passam com as crianças pode ser bem aproveitado mesmo que seja menor.
"É preciso viver todos os dias, inteiramente com os filhos. Nada vai compensar lá na frente a frustração de não ter construído laços de amor, respeito e cumplicidade, e esses laços são construídos na infância. Dedique mais tempo na construção de laços e vínculos saudáveis com seus filhos", completou.
"É preciso viver todos os dias, inteiramente com os filhos. Nada vai compensar lá na frente a frustração de não ter construído laços de amor, respeito e cumplicidade, e esses laços são construídos na infância. Dedique mais tempo na construção de laços e vínculos saudáveis com seus filhos", completou.