Uma jovem estudante universitária estava caminhando na rua durante o dia quando foi abordada por um rapaz que a ameaçou com um caco de vidro em seu pescoço dizendo: "Eu vou te matar, eu vou te matar". Com a ajuda de outras pessoas conseguiu se livrar daquela situação. Mas, infelizmente, sua vida não foi mais a mesma.
Atividades rotineiras como andar na rua, andar de ônibus, sair de casa, entrar em casa e a aproximação de pessoas passaram a ser acompanhadas de ansiedade, medo, taquicardia, respiração descompassada e sudorese. Ela também passou a ter alterações no sono e alimentação.
Essas mudanças são provocadas pelas marcas que ficam no cérebro após situações de violência, deixando-o "ferido" especialmente nas regiões responsáveis pela regulação no nosso estado emocional.
Transtorno de Estress Pós-Traumático (TEPT)
Não podemos enxergar as feridas internas como acontece com as externas, mas percebemos seus sintomas que constituem o Transtorno deEstress Pós-Traumático - TEPT- e pode evoluir para depressão, pânico, fobias, ansiedade generalizada, luto patológico, entre outros.
O trauma psicológico ocorre quando passamos por/ou presenciamos situações de grande estress, envolvendo morte ou ameaça de morte ou ameaça de nossa integridade física e moral. Tais traumas também podem ocorrer quando a vivência excede nossa capacidade de administrá-la racional e emocionalmente.
O Transtorno de Estress Pós-Traumático pode apresentar outros sintomas como: revivência do evento traumático por meio de lembranças intrusivas e sonhos, esquiva de estímulos associados ao trauma, redução do interesse de participar de atividades importantes do dia a dia, redução da afetividade, dificuldade para concentrar-se e hipervigilância. Tais sintomas podem iniciar logo após o evento traumático ou depois de algum tempo e manterem-se por meses ou décadas.
Brainspotting, o seu ponto no cérebro
O Brainspotting (técnica neurobiológica) e o EMDR - Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares - têm se mostrado ferramentas eficazes para o tratamento de vítimas de violência. No caso apresentado, a jovem apresentou melhora significativa após quatro sessões de EMDR.
Na primeira consulta, lembrar do que ocorreu era o suficiente para trazer taquicardia, ansiedade e medo, ao final da mesma sessão, a lembrança não a incomodava mais. O Brainspotting e o EMDR produzem tal resultado porque trabalham diretamente as feridas que ficam em nosso cérebro emocional estimulando mecanismos de processamento.
Saiba mais: Reação frente a situações negativas
EMDR: especialmente útil para a transformação das lembranças
O EMDR recebeu nota A para o tratamento do Transtorno do Estress Pós-Traumático pela Sociedade Internacional para os Estudos de Estresse Pos-Traumático ( A, a nota mais alta que se pode receber) . Graças a técnicas como estas, feridas emocionais podem ser cicatrizadas em alta velocidade para que possamos levar nossas vidas adiante.
Giovana Tessaro é psicóloga clínica e terapeuta em EMDR e Brainspotting, técnicas que estimulam mecanismos de cura e criatividade do cérebro e destacam-se pela eficiência e agilidade. Saiba mais em: www.giovanatessaro.com.br