Nosso coração possui um conjunto de 40 mil neurônios, um "minicérebro", que o torna sensível e capaz de adaptar o comportamento de acordo com suas percepções. O coração reage ao que percebe, influenciando todo o corpo, inclusive, o cérebro.
O "tum- tum" do nosso coração tem tanto as batidas que aceleram nosso funcionamento quanto as batidas que procuram brecar o aceleramento. O equilíbrio entre estas batidas chama-se coerência cardíaca: "Quando o ritmo de variabilidade do coração é forte e saudável, as fases de aceleração e redução alternam-se com rapidez e regularidade. Há uma coerência na variabilidade do ritmo cardíaco, diferente do caos." Esta é a definição de Davi Servan-Shreiber, neuropsiquiatra.
Ele ainda diz que se só mantivermos a vida em stress, com o pé no acelerador, o breque fica fraco. Um coração saudável precisa do equilíbrio entre acelerador e freio, o que pode ser conseguido através de hábitos saudáveis e exercícios. David Schreiber ainda ressalta: "Stress é possivelmente um fator de risco muito maior para as doenças cardíacas do que o fumo."
"Quando o cérebro emocional não está funcionando bem, o coração sofre e se desgasta. Mas, a mais espantosa descoberta de todas é que essa relação funciona em mão dupla. O funcionamento correto do coração acaba por influenciar nosso cérebro também", sinaliza David Schreiber. Ou seja, quanto maior a coerência cardíaca, maior o ajuste entre cérebro e resto do corpo, portanto, maior a sensação de bem-estar, do equilíbrio da pressão arterial, de tranquilidade e ainda, maior é o retardo parcial do envelhecimento.
Em seu livro "Curar...", David Servan-Schreiber apresenta um exercício simples para melhorar o "tum-tum" do nosso coração:
1) Em um local agradável, longe de interrupções
a- Coloque sua atenção na respiração;
b- Inspire e expire profundamente uma vez;
c- Faça uma pausa de alguns segundos na respiração;
d- Inspire e expire profundamente mais uma vez;
e- Repita esta sequência até que sua respiração fique mais estável;
2) Depois, mantenha sua atenção na região do coração por uns 15 segundos
3) Imagine que você está respirando com o coração (se isso for difícil, imagine que está respirando do centro do seu peito).
4) Continue respirando lenta e profundamente, dando atenção a região do coração ou centro do peito.
5) Lembre-se de algum sentimento ou imagem agradável.
Assim, o coração enviará para o cérebro emocional a mensagem de que tudo está em ordem e, então, ele poderá trabalhar melhor e com mais eficiência. O resultado clínico desse exercício é: diminuição de stress, fadiga, depressão e hipertensão, e melhora da concentração, memória e sensação de bem-estar.
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