Ruas pintadas de verde e amarelo, o barulho constante das vuvuzelas, a camisa da Seleção brasileira vestindo a população. Em qualquer lugar que você vá atualmente, não se fala em outra coisa a não ser Copa do Mundo.
Mas e quem não gosta de futebol e muito menos deste evento? O que fazer para não se aborrecer com o clima de euforia? E quem não se envolve pode sair perdendo de alguma forma?
Para a psicóloga da Unesp Sandra Leal Calais, a maior perda é abrir mão da chance de integração com um grupo de pessoas e de compartilhar experiências, sejam elas o sentimento de vitória ou de derrota.
"São raras as oportunidades de demonstrar patriotismo hoje em dia. No caso do futebol, se a torcida estiver reunida em um local público, como em uma praça ou um bar, e se você estiver com a camisa verde e amarela, a chance de alguém dividir um sentimento em comum é grande. E essa experiência é muito interessante", explica a especialista.
Já para a empresária de 60 anos, Edna Gama, o sentimento patriota não existe mais. Ela não gosta de curtir a Copa, porque acredita que, "vencer os jogos mais parece obrigação, uma vez que os jogadores ganham muito dinheiro para realizar tal trabalho".
Ela lembra que na década de 60 e 70 era diferente: "dava para perceber o amor ao futebol, a seleção jogava com sentimento de amor a pátria. Hoje em dia, os jogadores brasileiros deixam de jogar no seu país para jogar no exterior, onde ganham mais", diz a empresária.
Wilson Silveira, de 32 anos, também não gosta quando o ano é de Copa do Mundo. O publicitário prefere a prática de qualquer outra atividade com pessoas que pensam como ele, pois acredita que tende a ser mais qualitativa.
"Jogar xadrez, por exemplo, é muito bom. São duas pessoas fugindo da Copa, que tendem a descobrir muitos pontos em comuns que não seriam percebidos em outras ocasiões", esclarece.
Sem conflitos
Jogue limpo. Se você não gosta de se envolver com a Copa do Mundo, não precisa mentir a todos dizendo que gosta só para agradar. Mas também não precisa discursar energicamente sobre a pouca importância que dá ao mundial para uma plateia que é fã de carteirinha.
"Para evitar um conflito social, exponha sua opinião apenas quando for solicitada. E não se aprofunde no assunto", sugere Sandra. Para escapar do evento esportivo, é melhor procurar fazer atividades que não tirem a atenção de quem está envolvido com a Copa, pois a vontade de ambas as partes deve ser respeitada.
"No momento em que a bola estiver rolando, não é hora de fazer compras em uma loja, onde provavelmente os vendedores estarão com uma TV ligada. Procure ler livros, fazer um passeio ou tirar uma soneca", sugere a psicóloga.
Você tem problema de convívio social?
Toda vez que tem uma data comemorativa - em que as pessoas se juntam para celebrar, como no Réveillon, no Carnaval, no Natal ou no seu aniversário - você costuma não participar dos festejos? Se isso acontece com frequência, vale apena refletir.
"Se uma pessoa percebe que tem dificuldade de se relacionar com outras pessoas em eventos coletivos, por qualquer que seja o motivo, ela pode apresentar problemas de convívio social. O importante é não ver só o lado negativo. E sim, analisar o lado da união e da confraternização", explica Sandra Calais.
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