Médica especialista em Dermatologia e Nutrologia. Pós-graduada em Dermatologia e Medicina Estética.
Se seu cabelo cai toda vez que você o penteia ou o lava, saiba que você é uma pessoa normal. Nossos cabelos estão sempre caindo e sendo repostos.
A calvície acontece quando a taxa de queda de cabelos é superior ao normal e não há a reposição desses fios. Ela é bem mais comum nos homens, mas também acomete algumas mulheres. E pode ser combatida, sim. Entenda como!
Homens
A alopécia androgenética ou calvície é uma manifestação fisiológica que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos, não sendo considerada uma doença.
A herança pode vir do lado paterno ou materno e é resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormônios masculinos que começam a ser produzidos na adolescência (testosterona).
Ao atingir o couro cabeludo de pacientes com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, e é transformada em diidrotestosterona (DHT), que vai agir sobre os folículos pilosos, promovendo a sua diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos.
O resultado final deste processo de diminuição e afinamento dos fios de cabelo é a calvície.
E nas mulheres?
A perda dos cabelos geralmente se inicia após a puberdade, quando os hormônios sexuais começam a ser produzidos. A evolução é lenta e o mais comum é ocorrer uma rarefação dos cabelos, que se tornam finos e têm seu tamanho diminuído.
Dificilmente a mulher chega a ficar careca, mas isso pode acontecer em casos de maior intensidade e em mulheres de idade mais avançada. O quadro pode se tornar mais intenso se a mulher apresentar alterações hormonais, como a síndrome do ovário policístico ou o hirsutismo.
Em algumas mulheres, a alopécia só começa a se manifestar após a menopausa, quando ocorre uma diminuição da produção dos hormônios femininos.Já a perda de cabelo depois da gravidez não tem nada a ver com a calvície, ok? Isso é um processo normal do organismo feminino.
Os tratamentos
A chance contra o fim da calvície se deve ao uso de finasterida, um medicamento que atua bloqueando o processo que leva à perda dos cabelos. Segundo alguns estudos, a finasterida interrompe a evolução da calvície em 86% dos homens tratados.
O medicamento era originalmente utilizado para o tratamento do aumento da próstata. A observação de seus efeitos sobre a calvície de pacientes que utilizavam o produto para esta finalidade chamou a atenção de um laboratório, que acabou produzindo um medicamento próprio para tratar a calvície.
Mas só mesmo o médico pode indicar o tratamento correto, mesmo porque, para as mulheres, a finasterida não costuma ser indicada.
Ajuda no tratamento
Mantenha uma vida saudável e uma alimentação rica em aminoácidos e proteínas; cobre, ferro, zinco, óleo de linhaça e complexo B, além de fazer exercícios físicos. Esses fatores contribuem para uma boa nutrição capilar e irrigação do couro cabeludo.
Lave sempre o cabelo com xampu de pH neutro e sem sal para remover a sujeira e o sebo em excesso sem alterar o pH do couro cabeludo.
Crie o hábito de massagear o couro cabeludo. A massagem deve começar na parte frontal da cabeça e nas têmporas, continuando na nuca e terminando no alto do crânio. Isso ativa a circulação.
Não ache que é normal
É bem comum os homens acharem que se trata de algo normal, mas vale a pena consultar um dermatologista quando sentir que os fios estão rareando.
Isso porque o grau de recuperação depende de fatores como a idade do homem, o quanto ele já perdeu de cabelo e qual o objetivo final.
Resumindo: um homem que começou a perder o cabelo agora tem mais chance de que ele volte a crescer em relação a alguém que já é calvo há vários anos. Cuide-se.
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