É muito difundida entre as mulheres, hoje, a necessidade de controlar o peso antes e durante a gravidez, para preservar a sua saúde e a do bebê.
Uma revisão de diversos estudos já feitos sobre o tema, publicada recentemente no jornal americano Nursing for Women's Health, mostra que os bebês de mulheres que engravidaram obesas correm mais risco de sofrer más formações, assim como de se tornarem obesos na vida adulta também.
Além disso, estas gestantes teriam mais chances de apresentar diabetes gestacional, hipertensão, pré-eclâmpsia e hemorragia no pós-parto. O excesso de peso também potencializa alguns desconfortos comuns na gravidez, como dificuldades para respirar e andar.
Isso porque há um maior esforço cardiovascular para suportar os quilos a mais. O peso do abdômen também causa dores nas costas e nas pernas, aumentando a sensação de cansaço.
Risco para a mamãe e o bebê
A média do peso dos bebês de mulheres obesas é maior do que o normal, o que pode aumentar as complicações obstétricas durante o parto e, em consequência, a possibilidade de ocorrer uma cesárea.
A obesidade também aumenta o risco de morte materna. No Reino Unido, por exemplo, estatísticas recentes mostram que metade das mulheres que faleceram por causa de doenças na gravidez ou no parto eram obesas.
Segundo o relatório, o risco é entre quatro e cinco vezes maior, tanto para a mãe quanto para a criança.Gestantes com excesso de peso têm maior probabilidade de dar à luz a bebês com peso acima da média.
De acordo com uma pesquisa da universidade de Harvard, essas crianças também correm mais risco de se tornar obesas na primeira infância.
Outro estudo dos Instituto Nacional de Saúde dos EUA mostra que a obesidade da mãe eleva em média 15% o risco de ter um bebê portador de problema no coração. Quanto maior a obesidade da mãe, maior o risco.
Prevenção
Se a mulher está acima do peso e pretende engravidar, pode tomar uma medida preventiva neste sentido. Controlar o ganho de peso na gravidez é um ato de responsabilidade.
E, algumas vezes, isso não significa apenas manter uma dieta equilibrada. É preciso lembrar que a obesidade é multifatorial, ou seja, não tem apenas uma causa.Questões como herança genética, idade da mãe, condições sócioeconômicas (que interferem na qualidade da alimentação), alterações clínicas já existentes (diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas) e questões comportamentais (beber, fumar), além de condições climáticas, que alteram o funcionamento do metabolismo, também devem ser consideradas no tratamento do sobrepeso e obesidade.
Disfunção hormonal
O peso acima do ideal interfere também no ciclo hormonal da mulher e é um fator prejudicial à fertilidade. Se uma mulher tem gordura corporal em excesso, seu corpo também produz uma maior quantidade de estrógeno e começa a reagir como se estivesse controlando a reprodução, limitando as chances de gravidez.
Muitas mulheres enfrentam dificuldades para engravidar relacionadas aos problemas desencadeados pela obesidade, como o diabetes e a Síndrome dos Ovários Policísticos, que é outro exemplo de disfunção hormonal. A mulher que apresenta ovários policísticos produz uma quantidade maior de hormônios masculinos, os andrógenos.
O principal problema que este desequilíbrio hormonal provoca está relacionado com a ovulação. A testosterona produzida pela mulher interfere nesse mecanismo e, ao mesmo tempo, aumenta a possibilidade da incidência de cistos, porque eles resultam de um defeito na ação dos hormônios do ovário, impedindo a ovulação.
A recomendação geral para uma paciente obesa que deseja engravidar é a de que ela precisa primeiro tentar emagrecer. Às vezes, somente através da perda de peso, as dificuldades para engravidar podem ser revertidas, porque a obesidade gera uma resistência do organismo à insulina e essa resistência produz o aumento da produção de andrógenos, os hormônios masculinos.
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