Criatividade é processo e perspectiva que transforma, inventa, gera e produz. Coisas, imagens, cores, palavras, sons, gostos, cheiros, tempos... Todas as coisas e pessoas podem ser objetos da criatividade, até mesmo o processo e a perspectiva em si. O Fato é que a criatividade precisa de concretização. Ou seja, sair do mundo da "viagem" e mostrar-se real, seja nas artes, na ciência, nos jogos infantis ou mesmo na manutenção financeira do nosso cotidiano.
A arquiteta P.J. entrou em contato para tratar seu bloqueio criativo. Há meses, ela não conseguia fazer seus desenhos e aquarelas e nem imaginava os motivos disso. Decidi usar o Brainspotting para "destravar" sua criatividade. Uma semana depois ela retornou dizendo que seu final de semana foi produtivo. "Fiz vários, vários desenhos...", comemorou a arquiteta. Nas semanas seguintes, percebeu ainda que sua criatividade na arquitetura foi potencializada.
Para a neurociência, o lugar da invenção está, antes de tudo, em nosso corpo, e nosso cérebro é o mentor deste processo. Se ele estiver bloqueado toda nossa vida sofre as consequencias. Quanto mais livre a "conversa" entre seus neurônios, maiores serão as possibilidades de combinações neurais, portanto, a criatividade será maior. Quando o bloqueio ocorre, existe uma padronização entre as conexões cerebrais que leva a repetição dos pensamentos, emoções e ações ou ainda ao temido "branco".
Felizmente, avanços da neurociência e psicologia trazem ferramentas capazes de desbloquear a criatividade e gerar mais saúde: Brainspotting e EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing - Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares).
Enquanto o Brainspotting diagnostica e trata sintomas que não conseguem ser elaborados por nossa consciência, ele atinge o sistema cerebral que mapeia permanentemente todos os níveis corporais, sincronizando informações. Ao aproveitar este mecanismo natural, a técnica identifica desequilíbrios, facilita que o organismo processe desajustes e favorece o surgimento um estado mais saudável e criativo.
Já o EMDR é outra técnica da psicologia. Para compreendê-lo, é necessário conhecer algo sobre o mentor do nosso funcionamento, o cérebro. Este é um órgão que possui organização celular diversificada.
Composto por subdivisões - áreas com diferentes características bioquímicas - ele é dividido entre hemisférios direito e esquerdo: no lado direito predomina o comando das nossas emoções e potencial artístico, no esquerdo, as conexões que regulam nossa capacidade racional e lógica.
Outra divisão importante vem da evolução do homem como animal. Portanto, de forma simplificada podemos dizer que temos três cérebros: o "cérebro reptiliano", que é baseado nos instintos; o "cérebro mamífero", baseado nas emoções e o "cérebro humano", que pensa, fala, cria e utiliza-se de instrumentos.
Tantas diferenças no cérebro dificultam a sincronia entre razão, emoção e ação. Elas também dificultam a "digestão" das experiências que vivemos, formando padrões neurais que resistem à inovação.
Com o EMDR ativamos várias áreas cerebrais através da estimulação sensorial bilateral. Durante o processo, há um aumento da troca de energia entre os "diferentes cérebros" e seus hemisférios, o que melhora a comunicação e versatilidade entre os neurônios.
Há algum tempo, pude experimentar os efeitos destas técnicas em minha própria vida. Consegui viver sem o pânico e a depressão que me acompanharam por anos. As mudanças foram tão significativas que decidi abandonar minha carreira em multinacionais para abrir meu próprio consultório, compartilhando assim, na prática, os resultados do EMDR e Brainspotting.
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