Acácia Lima é empresária de marketing e comunicação, jornalista e blogueira. Editora de portal de beleza, ama tecnologia...
iHá algum tempo ando com vontade de escrever sobre as conclusões a que chegamos, na maioria das vezes, baseadas apenas nas referências que guardamos a respeito de nossas curtas experiências.
Algumas conclusões definem sentimentos como: amor e desamor; cuidado e desatenção; gesto e silêncio e; honestidade e más intenções. Todo o tempo, tiramos conclusões com nosso coração contaminado apenas por interesses, ou ainda, sem o coração, afetados por típicos momentos de ódio. No mesmo pensar, vamos de uma ponta a outra, seja da simpatia ou da aversão. Para isso, basta navegar ora pela amizade, ora pelo ressentimento sem o menor controle sobre qualquer tendência. Nestes momentos, o coração parece ter duas facetas: uma cheia de humanismo, que morre de vontade de acreditar, e outra dura, manchada de desgosto e crítica severa.
Inúmeras vezes, já me deixei vencer pela angústia desse veneno. Nestas ocasiões, não foram só as outras pessoas que perderam, mas, sobretudo, eu perdi. Perdi alegria, perdi viço, perdi desejo, perdi amor. Hoje, presto muita atenção e tenho muito cuidado para entender se o que sinto é verdade ou fruto de uma predisposição à "vitimização", aquela mania chata de considerar o mundo cruel, assim como as pessoas que fazem parte dele.
"Faz bem pensar mais uma vez, embora concorde. Faz bem pensar mais uma vez, embora discorde". É o que diz um provérbio chinês, se bem me lembro. Ela serve para cada instante, cada momento em que um pensamento quiser arranhar a paz que precisamos tanto manter.
Sabemos que a vida é uma eterna tentativa para atingirmos o equilíbrio e a felicidade. Porém, se nos deixarmos levar pelo que há de pior em tudo, haverá algum motivo para viver? Acordar, sentir frio ou calor, alimentar-se, namorar, seja o que for. Não teremos motivos para viver esses sentimentos tão vitais, se pensarmos sempre no pior. Não é mesmo?
Jamais seremos felizes 100% do tempo. Enquanto vivermos, problemas surgirão sempre, e essa é a mola que nos mantém ativos, ocupados com a realidade, atentos ao mundo. No entanto, esses mesmos problemas só terão sentido se forem assumidos com a vontade de vencê-los. A vida terá mais valor se olharmos com menos acidez e penitência para todas as coisas.
As personagens Poliana e Amélie Poulain não foram felizes porque fingiram ver tudo colorido ou com falso otimismo. Foram felizes porque enxergavam a vida bonita, com a beleza que lhe deve ser atribuída, mesmo sabendo que esses são "tempos difíceis para os sonhadores". Amélie entendeu, no final das contas e do filme, que sonhar só é bom quando estamos dormindo. Na verdade, a gente só constrói é acordado, exercitando o olhar sobre a vida com mais frescor e confiança. Já disse Paulo Freire que, "É fundamental diminuirmos a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática". Puro exercício que vale a pena.
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