Sou Graduado pela Escola Paulista de Medicina em 1985 e como bacharel em Microbiologia pela Universidade de Kansas nos E...
iOs idosos que sofrem fraturas do fêmur ficam com muitas sequelas. Atualmente ocorrem mais de 2 milhões de fraturas de fêmur em idosos com osteoporose por ano, sendo que 15 % deles vêm a falecer nos primeiros 30 dias e 50 % deles jamais voltam a caminhar.
Estamos sempre ocupados com os problemas do dia a dia. Eventualmente podemos ser pegos de surpresa e no caso de uma emergência o pânico pode aparecer.
Segundo pesquisas norte-americanas, 30% das pessoas com mais de 65 anos caem ao menos uma vez por ano durante atividades cotidianas como subir e descer escadas, ir ao banheiro ou trabalhar na cozinha. Vale aqui salientar que a grande maioria destas quedas ocorre dentro de casa.
Lembro-me de um senhor de 70 anos que caiu na sala de sua casa em um sábado à noite e sofreu uma fratura trans-trocanteriana do fêmur (fratura muito comum nesta faixa etária que impede a pessoa de se locomover devido à dor).
Como ele morava sozinho, somente na terça-feira pela manhã a faxineira que lá trabalhava o encontrou largado na sala, desidratado e quase inconsciente. Quando ele foi para o hospital tive de aguardar três dias para que o mesmo estivesse em melhores condições clínicas para a fixação da fratura com uma placa para que assim pudesse andar.
Relato este fato para que as pessoas de idade que moram sozinhas adquiram algum tipo de aparelho que disca o telefone à distância (já existente no mercado) ou que sempre levem o celular consigo, 24 horas por dia.
A causa das quedas é multifatorial, dependendo tanto de fatores intrínsecos relacionados ao envelhecimento, como fatores externos, ligados ao ambiente. Grande parte dessas quedas se deve aos déficits de equilíbrio, força muscular, tempo de reação e flexibilidade e capacidade, que podem ser trabalhadas em programas de exercícios físicos de forma a reduzir a incidência dos acidentes.
A diminuição da massa muscular com o avanço da idade é um dos principais fatores de risco para quedas. A redução da força nos membros inferiores associa-se à incapacidade de levantar-se, ao aumento da instabilidade, à redução de amplitude da passada e da velocidade de andar, fatores que aumentam o risco de acidentes.
Dessa forma, o treinamento de força tem sido cada vez mais indicado para idosos, como uma maneira segura e eficaz de combater essas perdas. O controle postural também é significantemente influenciado por experiências prévias. Sendo assim, o treinamento do equilíbrio em programas de exercícios físicos também pode trazer bons resultados.
Sabemos que uma parte das perdas físicas e neuromotoras em idosos são consequências do tédio, inatividade e atrofia provocada pelo desuso e sedentarismo. Muitos são os motivos que levam à não adesão dos idosos aos programas de exercícios físicos. Dentre eles estão às condições de saúde, escassez de equipamentos apropriados, falta de oportunidades ou desconhecimento sobre os benefícios dessa prática no processo de envelhecimento.
Por esses motivos, acreditamos na importância de uma maior divulgação sobre a grande melhora na saúde das pessoas envolvidas em práticas de atividades físicas. Não é necessário frequentar academias de ginástica, e nem equipamentos sofisticados para tal.
Uma caminhada no parque, seguida de alongamentos e exercícios que trabalhem a propriocepção, trarão amplos benefícios, desde que acompanhados por um bom profissional da área de educação física.
Esperamos com essa iniciativa, contribuir para que os idosos também passem a praticar exercícios físicos, tão importantes para reduzir ou até curar problemas de saúde que comprometam a qualidade de vida dessas pessoas.
Faça alguma atividade física ou pratique algum esporte. Mas antes, passe antes por uma avaliação com um ortopedista para saber quais são os exercícios mais adequados para você.
Colaborou com este artigo, Simone Diniz, profissional de Educação Física especializada em terceira idade, Personal Trainer da Clínica Lage e instrutora no Club Athletico Paulistano.
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