O cirurgião dentista André Felipe Abrão é especialista e mestre em Ortodontia. Graduado pela Universidade Cidade de São...
iVocê já ouviu falar em bráquetes autoligados? Caso não tenha escutado ainda, é bom ouvir agora, do que deixar para depois. Um dos primeiros relatos de movimentação ortodôntica que se tem notícia ocorreu por volta de 1728, pelo cidadão francês Pierre Fauchard. Desde aquela época para cá, houve uma enorme evolução no campo da Ortodontia. Um dos exemplos desta evolução é a introdução e uso de bráquetes autoligados no tratamento ortodôntico nos últimos anos.
Os bráquetes, aquelas "pecinhas" metálicas ou transparentes coladas nos dentes, agora também são comercializados por algumas empresas em sua versão autoligada. Isso quer dizer que, diferentemente do sistema de bráquetes tradicionais, não necessitam de borrachinhas coloridas ou amarrilhos metálicos para apertar o fio ortodôntico na canaleta do bráquete pois possuem travas ou uma espécie de tampinha uma tampinha, dependendo do fabricante para exercer tal função.
A utilização deste novo sistema traz grandes vantagens como maior intervalo entre as consultas no ortodontista. O paciente que optar por esse novo tipo de aparelho retorna em aproximadamente 40 dias, diferentemente do tratamento convencional onde normalmente tal intervalo varia de 15 a 21 dias. Isso ocorre porque o sistema autoligado, como escrito anteriormente, possui travas que deixam o fio em contato com os bráquetes, enquanto que no sistema convencional as borrachinhas (como qualquer elástico) ficam frouxas com o passar do tempo e necessitam ser trocadas com periodicidade menor.
Outra vantagem é o menor tempo de cadeira do dentista, já que as consultas são mais rápidas devido a facilidade de inserção e remoção dos fios ortodônticos e higiene, pois como visto no consultório particular, os pacientes que utilizam o novo sistema apresentam um menor índice de placa bacteriana visível clinicamente. Tal fato se explica devido ao acúmulo de bactérias nas famosas borrachinhas.
Ainda existem outras vantagens relatadas pelos fabricantes como: tratamento mais rápidos, finalizados em menos tempo e menos chances de extrações dentárias. Porém, ainda há pouca comprovação científica na literatura, necessitando mais estudos sobre tais aspectos.
Em relação às desvantagens pode-se citar principalmente o alto custo dos materiais novos, que na grande maioria das vezes é importado. Mas, dependendo do ponto de vista, não pode ser considerado como uma desvantagem levando em consideração o custo-benefício obtido pelas vantagens citadas acima.
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