Para quem tem dificuldade de se controlar diante das vitrines, o final de ano é uma perdição. O encantamento com a decoração de Natal e os presentes para as pessoas queridas - e por que não presentear a si mesmo que trabalhou o ano todo? O problema das compras é gastar mais do que se tem e ter que administrar as contas depois das festas. "Há grandes chances de quem se descontrola no final de ano, passar o primeiro semestre e até o ano todo sufocado em dívidas", diz a consultora financeira Márcia Dessen, da BMI Brasil.
Não se iluda com o 13º
É sempre bom lembrar de que o começo do ano é a época mais tensa para seu orçamento, pois há despesas como IPVA, IPTU e as matrículas e materiais escolares. "Jamais faça dívidas antecipadas pretendendo pagar com o 13º salário, pois ele será útil tanto nas compras de final de ano, quanto nos gastos dos primeiros meses", diz Márcia. Antes de sair para as compras, coloque na ponta do lápis esses gastos e separe para eles parte do seu décimo terceiro, ou alguma outra reserva.
O próximo passo é calcular um gasto total com os presentes, ceia e viagens. "Estabeleça um padrão máximo que caiba no seu orçamento para cada item e pesquise os preços com antecedência. A procura nessa época é grande o que reduz as chances de achar preços mais amigáveis", diz Márcia.
Além disso, deixar tudo para a última hora pode fazer você encontrar o peru de Natal mais sem graça do mundo, pegar um vôo cheio de escalas, ou dar uma camisa dois números menor para seu amigo secreto.Também vale a regrinha de ouro para a saúde financeira do ano todo: nunca deixe para parcelar dívidas com cartão de crédito ou parcele compras com juros. "Os juros são muito altos, seguido pelo cheque especial", diz a especialista. Outra boa dica é não parcelar itens de consumo, como alimentos, pois a dívida vai aumentar mês a mês.
Use a criatividade para presentear Vale evitar os shoppings que estarão cheios e todos com um clima muito sedutor. Isso pode fazer você não refletir o suficiente na hora da compra, portanto prefira lojas de rua. As compras virtuais também são uma boa opção, e ainda economiza a sola de sapato, mas preste atenção nos prazos de entrega dos produtos para não correr o risco de receber as encomendas só depois do Natal. No presente das crianças, a criatividade, muitas vezes, ganha do valor e do apelo comercial. E deixe as crianças em casa. Isso vale para conter a ansiedade dos pequenos, eu em geral querem muitos presentes, mas também para educá-las. "Se o presente for uma surpresa, algo que você compra pensando especialmente na criança, por mais simples que seja, ela vai valorizar mais e aprender que o valor sentimental é maior que o objeto de desejo", diz a consultora. O amigo secreto em família é uma boa opção para evitar ter de comprar presentes para todos, mas deve ter algumas regras. "É fundamental estabelecer um valor médio do presente - e que caiba no bolso de todos. Isso evita a saia-justa de os presentes ficarem muito diferentes", diz Márcia. E evite entrar em inúmeros amigos-secretos: além de dívidas, as chances de ganhar o que não quer aumentam muito.
Compras sem estresse A personal shopper e consultora de imagem Janine Almeida, da Investida Consultoria de Imagem, dá algumas dicas importantes para presentear sem arrasar seu orçamento: -Monte uma lista contendo cada presenteado e alternativa de presente antes de sair para comprar e pesquise os preços nas lojas virtuais antes, observando os prazos de entrega. - Comece pelos mais próximos e estabeleça um valor máximo para cada pessoa, priorizando esses. Se não for sobrar dinheiro para presentear todos que você desejaria, envie um cartão com uma bela mensagem.- Se você só vai ver a pessoa depois das festas de final de ano, deixe para presenteá-la em janeiro, quando as lojas abrem promoções.- Para homens e mulheres, evite dar presentes muito pessoais, como livros, DVD's e e CD's (quando não se conhece o gosto cultural da pessoa), perfumes e roupas íntimas. Assim, fica difícl errar.
Ceia planejadaA última hora é a maior inimiga da sua ceia. As chances de você gastar mais e encontrar os "restos" dos alimentos aumenta muito. A média calculada pela Fundação Getúlio Vargas é de 400 reais para cada casa nos gastos coma ceia. "O que mais costuma pesar na ceia são itens sazonais, como peru, bacalhau e nozes", diz Márcia. Assim, procure boas substituições para eles. Vale o frango, algum outro peixe e amendoins por exemplo. Para ninguém torcer o nariz para o frango assado, busque uma receita que varie do trivial, como mariná-lo no suco de laranja com ervas e recheá-lo com farofa.Para decorar a mesa, em vez de frutas cristalizadas, por que não frutas da estação? Além da economia, você ganha uma decoração mais brasileira e tropical. Se você pretende economizar também em calorias, invista nas saladas, bem coloridas e variadas. Elas podem servir como uma entrada se tiverem pedaços de queijo e frutas. Na sobremesa, vale investir nos bolos caseiros, mousses e a velha e boa rabanada.
Evite o estresse das viagens Planejar as viagens no começo de cada ano não é exagero. "Quem organiza um roteiro dos feriados e final de ano, ganha economia e evita imprevistos. Muitas agências oferecem a possibilidade de comprar pacotes até 10 meses de antecedência", alerta Márcia. Além disso, as promoções de passagem costumam valer para quem compra antes. Para não passar sufoco com frio ou calor demais, procure conhecer o clima da região e leve também uma ou duas opções de peça para o caso de o clima enlouquecer."Uma boa dica é pensar que a viagem será toda 'paga' antes. Leve apenas uma quantidade de dinheiro necessária para as necessidades básicas e eventuais emergências. Presentinhos e gastos com comida também devem ser calculados previamente", aconselha Márcia. Na hospedagem, vale buscar alternativas: os hotéis famosos são, em geral, padronizados, iguais em todo lugar do mundo. "Buscar os hotéis pequenos, em lugares mais periféricos faz você economizar e ganhar em paisagens e passeios que poucos conhecem", diz Márcia.As compras de viagem são uma tentação e tanto - não precisa fugir delas, basta equilíbrio e criatividade. "Faça compras em lugares de artesanato local, de preferência fora dos lugares turísticos, para levar objetos com a cara do lugar e por bons preços", diz a consultora.
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