Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Exposição excessiva ao sol, mesmo com proteção, causa fotoenvelhecimento da pele. As consequências dos danos causados pela radiação sobre as estruturas celulares e cutâneas (como fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela elasticidade da pele) são flacidez, rugas ou linhas de expressão e manchas. "Entretanto, outras doenças e transtornos dermatológicos têm como fator desencadeante raios ultravioleta", explica o dermatologista do Hospital Albert Einstein Mário Grinblat.
Os exemplos mais comuns e frequentes são melasma, melanose solar, fitofotodermatose e queratose. As primeiras demandam tratamento apenas com objetivo estético. Entretanto, a última é considerada pré-cancerosa.
Melasmas
São manchas de sol de tom marrom provocadas pelo excesso de exposição solar ao longo da vida. É um transtorno cutâneo muito comum, que pode aparecer em qualquer pessoa, porém mulheres têm mais risco de desenvolvê-lo. É especialmente comum em mulheres grávidas, nas que tomam contraceptivos orais e nas que necessitam de reposição hormonal durante a menopausa.
"Há de se considerar fatores genéticos e raciais. Homens de algumas nacionalidades apresentam este escurecimento da pele com mais facilidade", diz Mario. As marcas aparecem em áreas que costumam ficar expostas ao sol, como testa, bochechas, buço, colo.
Para evitá-las, principalmente se já percebeu algum indício de escurecimento da pele do rosto, só saia ao sol bem protegido por produtos com FPS e boné. Lembre-se de que a aplicação do protetor solar deve ser feita meia hora antes de se expor e a cada duas horas. Estas manchas podem até sumir com tratamento, mas voltam se você insistir em tomar sol.
Fitofotodermatoses
Também são manchas bastante comuns causadas após a exposição solar. Resultam de uma inflamação pelo contato da pele com algumas frutas, principalmente as cítricas, como limão. Quanto mais clara a pele da vítima, mais acentuada será a marca, que tem tons de castanho e não provoca coceira nem ardência.
Mas, por mais que pareça banal, a mancha pode levar até um ano para que suma e não existe um tratamento específico para garantir seu desaparecimento. O modo de prevenir-se é lavando bem as mãos com água corrente e sabão sempre que manusear qualquer fruta cítrica.
Melanose solar
Também conhecida como melanose senil, são identificadas como manchas escuras, de coloração castanho a marrom, geralmente pequeninas, mas que podem chegar a alguns centímetros de tamanho.
Elas surgem apenas nas áreas que ficam muito expostas ao sol, como a face, o dorso das mãos e dos braços, o colo e os ombros. São mais frequentes em pessoas de pele clara, mas não tem textura nem relevo. O dano solar acumulado ao longo dos anos induz ao aumento do número de melanócitos (célula que produz o pigmento que dá cor à pele) e da sua atividade, produzindo mais melanina e escurecendo a pele.
Queratose
Segundo a dermatologista Lucia Mandel, a queratose actínica ou solar é um dos principais motivos de consulta ao dermatologista. "É uma feridinha áspera, de cor avermelhada ou esbranquiçada, que não sara nunca. A maioria das pessoas procura um especialista para removê-la apenas por questão estética, mas a chance dela um dia virar câncer de pele é de 20%", relata.
Ao contrário das melasmas e melanoses, a queratose é áspera e endurecida. Começa como uma lesão minúscula, mas com o tempo pode ser vista com facilidade. Como também é reflexo da exposição exagerada ao sol, aparece em locais não cobertos pela roupa, como nuca, rosto, colo e braços.
"Quem tem pele clara e mais de 50 anos de idade é muito mais propenso", alerta Lucia. Ao detectar manchas com textura na pele, não hesite em procurar um médico o mais rápido possível. O diagnóstico precoce é determinante para o sucesso do tratamento de carcinomas.
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