Dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Formado em Medicina pela Universidade Federal d...
iRedatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
Durante a gravidez, a adoção de hábitos saudáveis é fundamental para garantir o desenvolvimento saudável do bebê — e isso inclui mudanças no âmbito de higiene e de cuidados pessoais. Além das contraindicações relacionadas ao alisamento e à pintura dos fios, existem substâncias que também devem ser evitadas na rotina de skincare.
Segundo Felipe Chediek, dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, alguns cosméticos, quando em contato com a pele, podem ser absorvidos a ponto de chegarem até a corrente sanguínea da mãe, causando riscos ao desenvolvimento fetal.
Apesar das restrições, com atenção às fórmulas e à orientação profissional, é possível manter o tratamento ideal para a pele e com produtos ideais para gestantes. Para te ajudar, o MinhaVida listou os principais compostos que devem ser evitados durante os meses de gestação. Confira!
1. Retinol
O retinol, um dos derivados do ácido retinoico, costuma estar presente em cremes anti-idade ou em tratamentos clareadores de manchas, promovendo a renovação celular da pele através da descamação. A substância, assim como outras oriundas da vitamina A, está associada a um maior risco de malformação fetal e também não deve ser utilizada durante a amamentação, seja como creme ou em peelings químicos.
Leia mais: Como cuidar da pele durante a gravidez?
2. Ureia
A ureia é uma das substâncias presentes na lista da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que devem ser evitadas no período gestacional, principalmente em concentrações superiores a 3%. O composto é muito comum em cremes hidratantes, que ajudam a garantir a maciez da pele.
O principal risco de uso da ureia é, em casos extremos, atravessar a barreira placentária, que se desenvolve durante a gravidez para conectar o corpo da mãe ao do bebê, causando malformações.
3. Alfa-hidroxiácidos
Os alfa-hidroxiácidos, mais conhecidos como AHAs, são um grupo de ácidos orgânicos amplamente utilizados em formulações cosméticas como agentes de peeling superficial. Os AHAs são compostos por:
- Ácido glicólico
- Ácido mandélico
- Ácido málico
- Ácido cítrico
- Ácido lático
- Ácido tartárico
Assim como o retinol, esse grupo promove a renovação celular por meio da descamação da pele, o que pode causar irritação da pele da gestante. Também existem riscos de malformação fetal.
4. Hidroquinona
Indicada no tratamento de manchas, melasma e outras marcas de hiperpigmentação, a hidroquinona é um ativo bastante presente em cremes clareadores. Porém, devido à sensibilidade da pele na gravidez, ele pode ter o efeito contrário e intensificar ainda mais as manchas.
5. Cânfora
Assim como a ureia, a cânfora também entra na lista da Anvisa como substância que deve ser evitada na gestação. Muito comum em cremes para pernas e pés, o ativo pode atravessar a placenta, desencadeando problemas graves à saúde do bebê. Além disso, dependendo do nível de exposição, a cânfora pode aumentar os riscos de aborto.
6. Alcatrão
Outra substância que gestantes não podem utilizar é o alcatrão, bem como seus derivados, que estão presentes normalmente na formulação de shampoos anticaspa. Em contato com a corrente sanguínea, o alcatrão pode chegar à placenta e ao bebê, prejudicando sua formação e, em casos extremos, induzir o aborto.
7. Ácido salicílico
Presente em sabonetes para o tratamento de acne e shampoos anticaspa, o uso do ácido salicílico pode causar irritação na pele, o que é prejudicial para as gestantes. Em casos mais graves, quando há superdosagem, o composto pode induzir malformações e tumores no bebê.
Quais cosméticos são permitidos na gravidez?
Para substituir hidratantes com ureia e outros ativos, gestantes podem utilizar produtos com glicerina, aloe vera, óleo de semente de uva ou óleo de amêndoas, que são comprovadamente seguros para a mãe e o bebê. Além de deixarem a pele bonita e hidratada, eles ajudam a combater as estrias que surgem no período.
Já para manter os cuidados com manchas e sinais de envelhecimento, a melhor alternativa ao uso do retinol e da hidroquinona é utilizar protetor solar todos os dias — antes ou após a gravidez. Fique atenta à formulação dos produtos, pois alguns protetores podem conter substâncias prejudiciais ao bebê, como oxibenzona, homosalato e ácido 4-aminobenzóico.
Saiba mais: Mantenha o cuidado com a pele na gravidez sem causar danos ao bebê
Para gestantes e pacientes no geral, a recomendação é sempre consultar um médico especialista antes de aplicar qualquer produto na pele. Além de esclarecer as dúvidas, o dermatologista poderá indicar produtos adequados para a gravidez, além de tratamentos específicos para cada necessidade. Ao seguir a orientação médica, a pele fica mais protegida, saudável e ainda minimiza os reflexos naturais da gravidez no corpo.
Leia também: Estrias na gravidez: como evitar e tratá-las após o parto