Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iRoncar e ter falta de ar enquanto dorme não é normal. Esses sintomas, acompanhados de sonolência excessiva durante o dia, podem indicar uma doença: a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. Quem sofre do distúrbio geralmente acorda cansado e mal-humorado. Além disso, apresenta baixo rendimento nas atividades cotidianas e pode chegar a ficar incapacitado de participar de reuniões, assistir a filmes e dirigir por conta da sensação extrema de que precisa dormir.
"A doença diminui a qualidade de vida da pessoa e aumenta a taxa de mortalidade, visto que pode favorecer o aparecimento de problemas cardiovasculares, diabetes e obesidade", alerta a coordenadora médica do Instituto do Sono e professora de Medicina e Biologia do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Lia Bittencourt.
Alguns fatores de risco, de acordo com a especialista, são: ser do sexo masculino, estar acima do peso, entrar na menopausa e consumir álcool com muita frequência. As causas são diversas. Entre elas, obesidade, anormalidades endócrinas ou craniofaciais, como hipotireoidismo e hipoplasia maxilomandibular, e predisposição genética.
Sintomas
As pausas na respiração características desse distúrbio podem durar de dez a 30 segundos e ocorrer até cinco vezes em uma hora de sono. Na tentativa de voltar a respirar, a pessoa acorda várias vezes, o que afeta a qualidade do sono e impede o descanso adequado. Já o ronco específico de quem tem apneia segue um mesmo ritmo, vai ficando mais alto e, de repente, é interrompido por um período de silêncio. É nesse momento que a respiração para, o que parece ser uma espécie de engasgo. "Na maioria dos casos, o paciente não percebe esses eventos, mas sim o parceiro de cama", diz Lia.
Diagnóstico
Quando esses ou outros sintomas, como dor de cabeça, falta de atenção, perda de memória e redução da libido são notados, é importante procurar um especialista em medicina do sono para fazer o diagnóstico. A confirmação da doença é feita por meio de uma polissonografia, exame que registra diversas funções do organismo durante uma noite passada em um laboratório de sono com sensores colocados na pele e no couro cabeludo.
Tratamentos
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono raramente tem cura. "Somente em casos de emagrecimento considerável ou de cirurgias de amígdala e adenóide em crianças ocorre a cura completa", explica a médica do Instituto do Sono. Mas a doença é controlável.
Segundo Lia, perder peso, não beber álcool antes de ir para a cama, evitar dormir de barriga para cima e tratar doenças do nariz e da garganta são atitudes essenciais para o controle da apneia.
Pode contribuir com a melhora dos sintomas o uso de um aparelho elétrico chamado CPAP (sistema de pressão positiva contínua das vias aéreas), que gera um fluxo de ar através de uma máscara no nariz, abrindo a garganta. Equipamentos intra-orais que tracionam a mandíbula para abrir passagem para o ar durante a noite também podem ajudar.
"Operações de garganta e ossos da face são pouco utilizadas atualmente pois a chance de sucesso é pequena", afirma. Mesmo assim, podem ser uma opção. "A cirurgia ortognática reposiciona os maxilares e cria uma via aérea permeável e livre", explica o cirurgião bucomaxilofacial Octávio Cintra.
Saiba mais: Insônia pode aumentar o risco de morte