A utilização do gelo como forma terapêutica para o alívio de dores causadas por lesões é denominada crioterapia, e é um dos métodos mais utilizados, tanto por atletas profissionais como por amadores, para acabar com incômodos após o treino. Mesmo assim, até hoje, ela é alvo de controvérsias em relação a sua utilização. Desde a Grécia e Roma Antiga já se utilizavam neve e gelo com finalidades terapêuticas, prática que passou a ser difundida há muito tempo no meio veterinário, como forma de auxiliar na recuperação muscular dos membros inferiores de cavalos de corrida. No início da década de 1960 que surgiram os primeiros estudos científicos realizados com o uso da crioterapia algumas horas após a ocorrência de lesões.
Apesar de ser considerado um antiinflamatório natural, o gelo nem sempre diminui a resposta inflamatória, como se acredita no meio esportivo, mas reduz os sintomas e sinais clássicos da inflamação: dor, inchaço (edema), vermelhidão (rubor), aumento da temperatura local, e diminuição da função do membro ou da articulação.
Portanto, sua indicação na fase inicial do tratamento é restrita principalmente ao controle da dor e do edema, além de causar uma diminuição do consumo de oxigênio consequente à lentificação do metabolismo, fenômenos que ocorrem devido à diminuição do potencial de ação, ou seja, menor transmissão de impulsos nervosos.
Os principais efeitos da aplicação do gelo são a diminuição da dor (analgesia) e do espasmo muscular, sendo que diversas teorias são propostas pelos autores para explicar estes efeitos. As formas de aplicação são variadas: bolsas com gelo, bolsas de gel congelado, bolsas químicas, imersão em água gelada, massagem com gelo, além de sprays com efeito congelante, todas elas utilizadas em ciclos de 15 a 20 minutos a cada hora.
Existem algumas precauções que devem ser adotadas quando da utilização de gelo, como evitar regiões com grandes nervos superficiais, por exemplo no lado externo do joelho, regiões sensíveis como extremidades de mãos e pés, e nunca dormir com uma bolsa de gelo junto a qualquer parte do corpo.
Ainda que sua utilização seja controversa, eu utilizo e recomendo gelo tanto na fase aguda quanto nas fases crônicas no tratamento de lesões ortopédicas.
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