Sylvia Sabbato vai além da análise do comportamento para buscar entender os anseios de quem não consegue encontrar as re...
iNossa rotina, mesmo para aqueles que a têm menos organizada, envolve diariamente medidas de limpeza. Escovamos os dentes, lavamos o rosto e as mãos e tomamos banho. Isso sem falar em limpar os instrumentos e coisas que utilizamos.
Assim deveria ser com as questões da alma ou do psicológico. É necessário para a saúde física que mantenhamos limpos os nossos ambientes, nossos bens materiais e nossos corpos. Onde há sujeira não tarda a chegarem pragas, bactérias, fungos e doenças. Da mesma maneira acontece com nossa mente.
As pragas psicológicas são o pessimismo, a preguiça, o comodismo, os maus pensamentos tanto com os outros quanto conosco. Não tardam a chegar as ?bactérias e fungos? que, aos poucos, geram depressão, ansiedade, e síndromes das mais variadas, como pânico, estresse pós-traumático e por aí vai. Mais adiante, o corpo acaba se entregando a esse estado generalizado de emoções negativas, já que geram a liberação de substâncias internas danosas à saúde física.
Não fazemos nossas necessidades na sala de estar, não colecionamos lixo de qualquer natureza e tampouco deixamos de alimentar nossos corpos. Por que, então, há o costume de ingerir e cultivar mágoas, regar ressentimentos, nos alimentar de pessimismo e de tragédias?
É comum que no dia a dia nos deparemos com dificuldades, com notícias desagradáveis e com dúvidas. Assim como nos deparamos com a poeira, com os dejetos de nossos próprios corpos, com a sujeira. Mas, assim como lidamos com a limpeza material, devemos agir com a higiene da mente.
É necessário evitar o pessimismo e, mesmo que estejamos diante de situações trágicas ou desagradáveis, realizar a higiene da mente. Isto é, deixar o passado em seu lugar, aceitando, definitivamente, que a noite existe para dar espaço a um novo dia. Procurar ter algum momento prazeroso no dia, como ler um livro, andar de bicicleta, assistir a um bom filme, fazer palavra cruzada ou conversar com um amigo, com o cônjuge, alimentando a alma. Além disso, um minuto, apenas um minuto de serenidade, de quietude, de respiração equilibrada e autocentrada, com o foco do pensamento nas coisas boas que a vida nos deu ou que alcançamos.
Cada um é o artista principal no palco de sua vida e, como tal, deve escolher o papel que deseja desempenhar. Daí a responsabilidade, mas, acima de tudo, a liberdade para escolher ter uma vida saudável, alimentando e limpando a alma, da mesma forma que faz com seu corpo.
Assim como usamos o sabão, a água e a bucha para limpar a matéria, para a alma devemos usar o otimismo, o amor, a tolerância. E, assim como alimentamos nossos corpos, devemos alimentar nossa alma com alegria e bons momentos. Por isso, não se esqueça: nutra-se e lave sua alma pelo menos uma vez ao dia!