Continuando a série de artigos sobre novidades em Cirurgia Plástica, escrevo hoje sobre as novas formas de aplicar e distribuir o Botox no rosto para que o resultado seja mais natural. Antes disso lembro que Botox (ou a Toxina Botulínica) é um produto usado para paralisar os músculos que estão muito ativos e que causam as rugas de expressão. Explico isto pois mesmo com todas as informações disponíveis, muita gente acha que Botox é para preencher lábios. O preenchimento de lábios e rugas profundas é feito com outra família de produtos, os chamados preenchedores ou fillers como o Ác. Hialurônico e o PMA.
Sobre a Toxina Botulínica, esta é usada na testa, ao redor dos olhos, no canto de boca e também no pescoço. Esta frase por si só já contém uma novidade, pois muitos acham que só se usa na testa e nos pés-de galinha ao redor dos olhos. A Academia Americana de Dermatologia publicou um trabalho muito interessante com a utilização da Toxina para levantar o canto da boca e também a aplicação superficial no pescoço para relaxar e esconder a papada. É claro que nem todos os pacientes são candidatos a esta aplicação diferenciada, o ideal é se informar com seu médico. Este deverá estar atento às evoluções da Medicina e da Cirurgia Plástica.
Resultado mais natural
A aplicação na testa mudou tanto do ponto de vista da quantidade, menor hoje em dia, quanto da distribuição dos pontos de aplicação. Isto evita um resultado artificial, com uma testa muito paralisada que não consegue expressar sentimentos e que, pior, torna evidente que a pessoa fez Botox. Este novo padrão de aplicação permite um relaxamento da área mais enrugada (cenho) e também uma discreta elevação das sobrancelhas, sem contudo deixar um rosto "malvado" ou seja, com elevação exagerada dos supercílios.
Em relação à região em volta dos olhos, temos uma aplicação mais definida, ou seja, uma quantidade menor de pontos (o que diminui o desconforto das múltiplas injeções) e também uma transição para a área não injetada. O objetivo é, de novo, deixar uma expressão mais suave, sem o rótulo de que a pessoa fez Botox. Aliás, é minha crença de que toda a Cirurgia Plástica deve seguir estes princípios, ou seja proporcionar juventude e recuperação do corpo sem deixar transparecer de que foi feita uma cirurgia (vide artigos sobre Prótese de Mama).
Aproveito esta matéria para trazer uma atualização sobre procedimentos de preenchimento de rugas. No recente Simpósio Internacional de Cirurgia Plástica, em São Paulo, tivemos várias mesas sobre produtos antigos e novos, benefícios (e eventuais malefícios) dos compostos, assim como avanços em materiais biocompatíveis. Em resumo, a mensagem que se passou é que os produtos estão cada vez mais personalizados, ou seja, têm características que os tornam idéias para tal ou tal tipo de preenchimento ou bioplastia. Ácido hialurôncio contendo anestesia para diminuir o incômodo do procedimento, materiais mais duradouros e também o aparecimento de produtos mais seguros para aplicação nas mais diversas camadas (logo abaixo da pele, perto do osso, etc.).
Compostos com nomes difíceis como Poligalactina ou Hidroxiapatita estão sendo retirados dos domínios da Ortopedia e da Cirurgia Maxilofacial e estão sendo usados com segurança em cirurgia plástica. Como vocês podem ver, a Cirurgia Plástica está sempre trazendo novidades, mas é somente comparecendo ao seu cirurgião (ou lendo mo Minha Vida) que você poderá tomar conhecimento destas novidades. Até a próxima matéria!
Saiba mais: Avanços da cirurgia plástica