Roseli Siqueira é a companhia que toda pessoa gostaria de ter. Formada na Faculdade de Belas Arte e há mais de 30 anos d...
iRecentemente cheguei de um congresso de Paris onde um dermatologista mostrou pessoas que injetaram exageradamente toxina botulínica. Ele as chamou de "stripers", porque apresentar um rosto totalmente mudado. A pele branca, sem cor, com aparência de pele sem energia e os traços totalmente estranhos. Estas características fazem a pessoa ficar sem expressão, ficando difícil perceber se ela está alegre ou triste. O semblante representava uma nova era da beleza petrificada.
E por falar nisto, assisti o filme "Mulher Gato", onde a Sharon Stone é proprietária de uma linha de cosméticos. O filme aborda a beleza petrificada de uma forma muito interessante e o condicionamento químico que o corpo acaba sofrendo e o mal estar que esse tipo de beleza ocasiona nas pessoas. A heroína do filme descobre o grande segredo desta multinacional que era vender, vender e vender sem se preocupar com a saúde no futuro, deixando a pele totalmente estragada se o cliente parasse de usar o creme. Eu me diverti muito com o filme pena que não sou a mulher gato para avisar todas as pessoas dos perigos existentes do uso indevido de produtos de beleza.
Ainda que eu sempre ouça e acompanhe discussões assim, continuo a achar um absurdo completo aconselhar alguém a aplicar uma toxina para fins estéticos. Antes, a botulínica tinha uso medicinal, em problemas ligados ao sistema nervoso ou em delicados tratamentos oftalmológicos.
Nas aplicações intramusculares, a toxina entra em ação pelo bloqueio de liberação da acetilcolina na junção neuromuscular. Isso provoca inatividade muscular, relaxando temporariamente o músculo "causador" da ruga de expressão. Detalhe: a injeção da toxina botulínica atrofia as fibras musculares por quatro semanas, quando surgem outras placas neuromusculares.
Perigo
Durante esse período de quatro semanas, pode surgir uma alteração histopatológica com duração de até 36 meses. O que isso quer dizer? É uma alteração na estrutura microscopia normal dos tecidos e órgãos da região. Como as áreas em que mais se aplicam toxinas são as que também concentram milhares de glândulas, torna-se evidente que algo não está certo.
Por exemplo, em cada quadrado do rosto, existem cerca de 900 glândulas sebáceas. No rosto ainda se localizam, segundo os ensinamentos da medicina oriental, acima de 320 pontos relacionados ao corpo, além de centros responsáveis pelo metabolismo energético e renovação das células. O mais contraditório é perceber que muitas mulheres que aplicam toxinas são as mesmas que dizem adorar ioga, espiritualidade e harmonia energética.
E tem mais: quanto mais se aplica essa solução, menor a duração do efeito da toxina. A resistência acontece devido a aplicações contínuas com dosagens altas. Então, há pessoas que renovam as doses a cada 40 dias, e não de quatro a cinco meses, como é aconselhado. Os profissionais da "beleza petrificada" por sua vez, garantem o fim das rugas em torno dos olhos, no intercílios, no queixo, nos lábios e na fronte.
O resultado pode ser visto nas ruas: mulheres com rostos artificiais, sem expressividade, com jeito de clones de si mesmas. Será que sabem que a toxina não age nas rugas de envelhecimento natural e nas actinícas (provocadas pelo sol?). Será que foram informadas de que a toxina botulínica piora os quadros de excesso de pele e de flacidez? E o que dizer do efeito "botocudo", que proporciona aos lábios, quando a toxina botulínica se associa a outro tratamento invasivo?
A minha reflexão sobre a falsa beleza é comprometer a saúde natural dos músculos internos e a oxigenação interna. Com o tempo a pele vai ficar dependente de outra substância química que conserte os defeitos provocados por esta toxina comprometedora. A indústria visa criar um circulo vicioso para que a pessoa fique dependente química. Isto gera um capital multimilionário.
Saiba mais: Vídeo: toxina botulínica