No inverno, é frequente o aumento do número de pacientes com problemas relacionados à coceira, especialmente nas pernas. Em indivíduos com pré-disposição e principalmente em idosos, a pele se torna extremamente ressecada nesta época, pois estamos sujeitos ao clima frio e muito seco, e o ambiente seco acaba por desidratar a pele do corpo todo. Além disso, há tendência ao banho mais quente e mais demorado, e baixa ingestão de líquidos.
A pele fica seca, descamativa, e a coceira - que pode levar a escoriações ou até mesmo à formação de feridas e eczemas - pode aparecer gradativamente. As feridas vindas da coceira podem, ainda, se infectar. Pacientes que tem tendência a dermatites, as têm com mais frequência e respondem menos aos tratamentos normais se não procurar por tratamento o mais rápido possível.
Esse aspecto de pele seca pode se apresentar como um eczema chamado "craquelé" (semelhante ao desenho da cerâmica craquelada). Os indivíduos que já sofrem de outras doenças de pele tendem a ter maiores problemas, como por exemplo, os que têm dermatite atópica. Pessoas portadoras de uma secura congênita chamada ictiose, o idoso que tem pouca capacidade de manter a pele hidratada (já que, nessa idade, há a diminuição de glândulas e afinamento da pele) e aqueles que possam, no momento, estar sofrendo de outra doença de pele também têm maior tendência aos problemas relacionados à secura da pele no inverno.
Por isso, os dermatologistas sempre estão reforçando a necessidade do uso do hidratante de pele. A grande maioria dos hidratantes disponíveis no mercado tem boa qualidade, porém, alguns têm indicação específica para cada tipo de pele, doença, idade e, principalmente, caso haja outras doenças associadas. Orienta-se também evitar o banho muito quente, longo, com o uso de esfoliantes e sabonetes fortes. Usar sabonete neutro ou com capacidade hidratante seria muito interessante.
Doenças de pele associadas ao frio
Além da pele seca, há maior número de pacientes com doenças contagiosas, como por exemplo, a sarna (ou escabiose), molusco infeccioso e outras doenças infecciosas não dermatológicas, pois há uma tendência maior à aglomeração e mais íntimo convívio social, pelo hábito de procurarmos um local aconchegante e quente, em ambientes fechados.
Alguns pacientes notam a piora da dermatite seborréica, da dermatite atópica e, devido à diminuição dos cuidados com a pele da face, o aumento de cravos, e até uma piora da acne (por conta da obstrução dos poros).
Aqueles que fazem o tratamento diário e dermatológico de rotina podem ser tratados com peelings, procedimentos a laser ou luz intensa pulsada e outros mais agressivos, pois o inverno tende a ser um período onde os pacientes não costumam frequentar praias, campo ou praticar atividades de grande exposição solar, o que evita complicações, especialmente as manchas pós procedimentos.
Então, durante o inverno, há necessidade de uma atenção redobrada para a hidratação da pele no todo, assim como no verão há um grande enfoque aos protetores solares. Não deixe, no entanto, de também continuar utilizando um bom protetor solar. Alguns pacientes trocam o veículo - no verão, geralmente, se usam loções, gel cremes, sprays e, no inverno, há maior frequência na prescrição de protetores solares em creme.
Caso a pele esteja alterada ou com sinais de desidratação e ela não melhore com os hidratantes comuns, consulte um dermatologista o mais rápido possível.
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