A partir da nossa formação, desde o momento em que estamos crescendo dentro do útero da nossa mãe, já começam as experiências com os sabores. O líquido que nos protege vai alterando sua composição conforme a quantidade de resíduos do feto e a proporção de nutrientes passados da mãe. Dependendo da sua composição, este líquido pode sofrer alterações e se tornar mais característico para um dado "sabor". A partir da 12ª semana de gestação é possível visualizar se o feto se agrada ou não com cada tipo de resíduo mais prevalente. Muitos cientistas explicam que nesta fase embrionária ocorre a preferência pelo sabor doce pelo padrão de segurança, pois está vinculado com o fornecimento de energia, portanto seguro para o consumo. O gosto amargo remete a algo que pode estar estragado e o sabor salgado implica que há minerais e proteínas.
Depois desta primeira experiência com os sabores, o recém nascido passa a receber em grande parte o leite materno, que por sua vez é levemente adocicado e também apresenta características de sabores diferentes dia a dia, dependendo da alimentação da mãe. Caso o recém nascido receba algum tipo de leite industrializado, este terá o mesmo sabor. Esta falta de mudança no padrão de sabores pode facilitar a uma alimentação monótona, tão discutida nos dias atuais.
Logo mais, a criança irá receber novos alimentos, a partir de sucos e papas, e começa interagir com novos sabores sendo que geralmente nesta fase ocorre a neofobia alimentar, que representa o medo de experimentar novos sabores. Essa transição é bem natural, e a família, deve ter uma enorme paciência para oferecer o mesmo alimento até por oito vezes para verificar se realmente a criança não gosta do referido sabor. Vale muito a pena ressaltar aqui o comportamento alimentar dos pais, pois este é muito importante como exemplo e estimulo a ser seguido pelos filhos.
Dependendo do tipo de influência que cada criança vai ter dentro da sua casa, com seus pares (família, amigos e outros), este processo de construção vai se transformando dia a dia, conforme cada situação, pois a alimentação é algo totalmente variável de acordo com cada fase da vida e o meio social em que estamos inseridos.
Alimentação a partir da adolescência
Partindo para a próxima etapa; a adolescência, observa-se que nesta fase da vida, geralmente ocorre a exclusão do café da manha, as refeições rápidas são escolhidas para aumentar o tempo nos estudos, no lazer ou ainda para uso da internet para fins variados, neste momento os adolescentes vão preferir alimentos práticos que se comem com as mãos. Todas as escolhas nesta fase começam a dar sinais com a percepção corporal, pois aqui o corpo ainda está passando por um grande processo de mudança e geralmente por volta dos 15-16 anos, o adolescente se preocupa mais com sua aparência física.
Com a chegada de uma nova fase: a do adulto jovem. Muitos já estão trabalhando e, portanto, acabam tendo maior autonomia para suas tomadas de decisões, inclusive as alimentares. Nesta fase ocorre muita utilização de refeições rápidas, como restaurantes por quilo, lanchonete que servem almoços, redes de fast food e ainda cantinas de universidades.
Porém as escolhas ficam baseadas no passado de cada um. Cada um de nós vivencia experiências diferentes, portanto temos gostos diferentes e hábitos diferentes também. O que vale a pena repensar é que se a alimentação atual não está equilibrada, pode ficar. Dia a dia deve-se cuidar dos detalhes; horário, quantidade e qualidade dos alimentos e preparações escolhidas.
O organismo vai se adaptando e respondendo de forma lenta. Tem que ter paciência e persistência para querer atingir a saúde que se enquadra num corpo saudável e num estado de bem estar e não só na ausência de doenças.