Médica ginecologista especialista em Endoscopia Ginecológica titulada pela FEBRASGO, também professora de Yoga...
iA vacinação é o ato que mais reduz doenças e mortes no mundo e, por esse motivo, deve fazer parte do dia a dia das pessoas em geral. O assunto também deve ser discutido nas consultas de rotina ao ginecologista, já que, muitas vezes, ele é o único contato médico da mulher durante o ano.
O Consenso 2010-2011 da Vacinação da Mulher realizado pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), juntamente com a Associação Brasileira de Imunizações (Abim), já está sendo divulgado e é importante que todos o conheçam, buscando manter sua vacinação em dia.
Confira um resumo do calendário vacinal da mulher proposto nesse consenso:
HPV (Papilomavírus Humano)
O HPV é causador do câncer de colo uterino e mesmo tomando a vacina, a mulher não fica isenta de fazer o exame preventivo de papanicolau todos os anos. Ele é restrito para mulheres entre nove e 26 anos e contraindicado na gestação. Quem está grávida deve esperar o parto para receber a vacinação.
Ela está disponível em dois tipos: quadrivalente, que protege contra quatro tipos do vírus, e a bivalente, que protege contra dois tipos.
Tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola)
Mulheres de até 49 anos devem receber uma ou duas doses da vacina, dependendo de seu histórico vacinal. Para aquelas que estiverem acima dessa idade, basta uma só dose. Ela é contraindicada para mulheres em período de gestação, devendo estas esperar até depois do parto.
Hepatite A, B ou A e B
A vacina contra a hepatite A só deve ser tomada por gestantes em situações de risco avaliadas pelo obstetra. Neste caso serão aplicadas duas doses. A hepatite B é indicada para quaisquer mulheres, inclusive gestantes, e deve ser aplicada em três doses. Já a vacina conta a hepatite A e B é dada em três doses, mas, no caso de gestantes, ela deve ser receitada pelo médico.
Difteria, tétano e coqueluche
Essa vacina deve ser tomada por adolescentes e adultas, mas principalmente por mulheres que pretendem engravidar ou que convivem com bebês, devido ao aumento dos casos de coqueluche em crianças menores de um ano.
Se a mulher tem o esquema de vacinação básico completo receberá uma dose da tríplice (dTpa- tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) e uma dose de dT (dupla adulto) a cada 10 anos. Entretanto, se a mulher não está com a vacinação completa, deverá tomar uma dose de dTpa, mais duas de dT, em intervalos de dois meses, passando para seis meses e depois a cada 10 anos. Já no caso de grávidas, mesmo com o esquema antitétano completo, ela receberá uma dose de dT.
Varicela (catapora)
A catapora é uma doença que pode trazer graves complicações durante a gravidez, como o aborto e até a morte do bebê ainda na barriga da mãe. Após os 13 anos, a criança deve receber duas doses com intervalo de dois meses entre cada uma. Ela é contraindicada para gestantes e recomendada para quem teve bebê.
Influenza (gripe)
Ela funciona em dose única anual e é recomendada para todas as mulheres.
Febre amarela
A vacina de febre amarela é dada em uma única dose a cada 10 anos para quem vai viajar ou mora em áreas em que a doença acontece. No caso de gestantes, a vacina deve ser considerada apenas durante o pré-natal e somente quando o risco da doença for maior que o risco da vacina.
Meningocócica C conjugada
O meningococo é o principal causador de meningite no Brasil. Essa doença acomete principalmente crianças, mas pode acontecer em qualquer idade. Sua vacina é feita em dose única e gestantes devem tomá-la se o obstetra considerar seu caso uma situação especial.
Antes de procurar uma clínica de vacinação, agende com sua ginecologista uma consulta e leve sua carteirinha de vacinação. Só o médico poderá esclarecer suas dúvidas e indicar quais vacinas você deve tomar de acordo com seu histórico pessoal.
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