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Sofrer a perda de um dos pais durante a infância pode ser um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, e o risco varia de acordo com a idade da criança e o sexo dos pais. Essa é a conclusão de pesquisadores da Johns Hopkins University, em Baltimore (EUA), que examinaram 4.108 residentes com 65 anos ou mais de idade em um município rural na cidade de Utah.
Os pesquisadores descobriram que 30% crianças que perderam a mãe durante a adolescência e 60% das que perderam o pai antes dos cinco anos tinham um risco maior para a doença de Alzheimer.
Essa associação, porém, desaparecia caso o pai ou a mãe viúva se casasse novamente. Os estudos foram específicos para a doença de Alzheimer, não sendo, portanto, encontrada a mesma coincidência para outras demências. Os pesquisadores consideraram fatores como sexo, educação e nível socioeconômico em suas análises.
Esclareça seis dúvidas sobre a Doença de Alzheimer
Entre os muitos causadores de demência, o Mal de Alzheimer se destaca, sendo uma doença popularmente conhecida. Algumas informações, como o diagnóstico complexo e o tratamento multidisciplinar que os pacientes exigem, muitas vezes, passam batidas.
Confira, a seguir, seis questões que desvendam detalhes curiosos envolvidos no mal e as explicações do neurologista Antonio Cezar Ribeiro Galvão:
1. O Mal de Alzheimer apresenta diferentes níveis?
A Doença de Alzheimer se divide em três fases: inicial, intermediária e tardia, e tem progressão gradual. Na maioria dos casos, a fase inicial é a que mais apresenta variações de sintomas.
2. Como é a abordagem do tratamento que envolve animais?
Existem muitas referências à chamada pet therapy. Com ela, são notadas melhoras comportamentais em pacientes com Doença de Alzheimer. Vale lembrar, entretanto, que a terapia com animais parece ser benéfica para diversas outras condições, como crianças com deficiência mental, depressão e psicóticos.
Portanto, a terapia não é tratamento exclusivo aos pacientes com demência. De uma forma geral, é importante que o paciente com DA seja estimulado a desenvolver atividades gratificantes do ponto de vista emocional, baseadas em suas preferências e convicções prévias à doença.
3. Este tipo de tratamento é eficaz em todos os casos ou a indicação é variável?
As preferências pessoais dos pacientes devem ser levadas em conta para qualquer tipo de terapia de distração e sociabilização.
4. O próprio paciente é capaz de reconhecer os primeiros sinais da doença ou check-ups regulares são fundamentais para isso?
Geralmente, o paciente com Déficit ou Comprometimento Cognitivo Leve (DCL) nota suas deficiências de memória, mas, muitas vezes, é a família que o incentiva a procurar um médico. Já os pacientes com Doença de Alzheimer perdem o senso crítico sobre sua condição mental e, quase na totalidade dos casos, são levados ao médico por seus familiares.
É recomendado que o paciente com Doença de Alzheimer tenha um cuidador fixo, com quem estabeleça relações de respeito e amizade. O cuidador pode ser um familiar, ou não. Mas, é fundamental que seja habilitado a exercer estratégias de distração e exercícios para melhorar o comportamento do paciente.
Mais um ponto importante a ser lembrado é que os problemas comportamentais da doença podem ser agravados por alterações no ambiente em que o paciente vive, como moradia ou internação hospitalar, ou ainda, por crises e conflitos familiares.
5. O mal pode ser identificado em um check-up comum ou a partir de determinada idade exames específicos são aconselháveis?
Antes das manifestações iniciais da doença, não há exame capaz de detectar a doença. Além disso, mesmo com a DA instalada, o diagnóstico clínico é fundamental. Não são aconselhados exames específicos antes do início dos sintomas, nem mesmo testes genéticos.
6. O Mal de Alzheimer acomete mais homens ou mulheres?
A DA acomete mais as mulheres. Provavelmente isto reflete a maior longevidade do sexo feminino sobre o masculino, já que a incidência da doença aumenta com a idade.
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