Médica ginecologista especialista em Endoscopia Ginecológica titulada pela FEBRASGO, também professora de Yoga...
iA gestação é um dos períodos mais importantes da vida de uma mulher e de seus familiares. Por isso, tudo deve ser pensado para que os nove meses transcorram da melhor maneira possível e para que, após o nascimento do bebê, a família cresça de maneira saudável.
Nesse contexto surge a dúvida sobre se a gestante deve ou não dirigir durante a gravidez. Afinal, o carro faz parte do nosso dia a dia e, atualmente, a maioria das mulheres trabalha fora e utiliza um automóvel próprio como meio de transporte. Entretanto, ele deve ser usado com segurança, principalmente em grandes cidades onde o trânsito está pior a cada dia.
Durante a gravidez o ideal seria que a mulher pudesse ser sempre passageira, mas sabemos que isso nem sempre é viável. Então, alguns cuidados e precauções devem ser tomados para que a direção nesta fase seja segura.
No primeiro trimestre da gestação é comum a mulher se sentir cansada e enjoada, podendo vomitar ou desmaiar. O ideal, portanto, seria não dirigir neste período e também no final da gestação, quando os pés podem estar inchados, a barriga já está grande e a posição para dirigir fica desconfortável.
Toda gestante deve utilizar o cinto de segurança de três pontos em qualquer trajeto de automóvel, mesmo nos mais curtos. Para garantir a proteção total do cinto, alguns detalhes devem ser observados pelas gestantes. Primeiro, o cinto precisa estar em contato direto com o corpo, sem folgas e com a pressão do seu mecanismo retrátil. A faixa oblíqua deve ser ajustada entre as mamas e lateralmente ao útero (não colocar sobre a barriga e, sim, ao lado dela). Já a faixa transversal deve permanecer abaixo do ventre. Dessa maneira, em caso de colisão, o feto não será comprimido e estará mais protegido.
De acordo com a ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), a utilização do cinto pode reduzir em até 50% o risco de ferimentos sérios ou vítimas fatais após colisões.
A gravidez que está correndo bem não é contraindicação para dirigir, mas alguns cuidados especiais podem salvar a futura mamãe e seu bebê em caso de acidentes. Assim, é fundamental conversar com sua médica obstetra, que avaliará se você pode ou não dirigir nas diversas fases da gestação.
Além do uso correto do cinto de segurança, as motoristas gestantes devem afastar o banco para trás até o limite em que ela continua alcançando os pedais, mantendo a barriga o mais longe possível do volante. Devem fazer o mesmo quando estiverem no banco de passageiro para se afastar do painel.
Alguns carros possuem regulagem do volante. Nesses veículos, ele deve ficar na posição máxima de elevação, deixando-o mais afastado da barriga.
A ABRAMET recomenda que a futura mamãe não dirija em algumas situações:
1. No terceiro trimestre de gravidez, já que nesta fase a barriga estará muito próxima do volante mesmo com o recuo máximo do banco;
2. Após longo período de jejum. Assim, sempre que precisar comparecer ao laboratório para coleta de exames que exijam período longo sem comer, por exemplo, a grávida deve ser passageira;
3. Quando estiver muito calor, pois qualquer grávida já tem tendência à pressão baixa e isso se agrava com o calor excessivo;
4. Se os pés estiverem muito inchados impossibilitando o uso de sapatos fixos aos pés para dirigir;
5. Quando houver intercorrências, como enjôos, vômitos, câimbras e/ou ameaça de aborto;
6. Na vigência de alterações clínicas como pressão alta, hemorragias, etc.
Além disso, se estiver fazendo uso de alguma medicação que provoque sonolência não é recomendado pegar no volante. Evite também longas distâncias. Se pretende pegar a estrada, converse antes com sua obstetra e, de preferência, não viaje sozinha.
É importante ressaltar que as responsabilidades das gestantes como condutoras perante as leis de tráfego não se alteram em relação aos demais cidadãos, portanto, é importante que essas recomendações sejam seguidas para preservação da própria integridade física e da dos outros.
Durante a gravidez, os acidentes de trânsito constituem-se na causa mais frequente de mecanismo de trauma - acima de 60% -, causando inúmeras hospitalizações e sendo a principal causa de óbito fetal relacionada a trauma materno - cerca de 80% dos casos.
A grávida que sofre um acidente automobilístico corre maior risco de gerar recém-nascido de baixo peso e de entrar em trabalho de parto prematuro em até 48 horas após o acidente.
As mães que utilizam o cinto de segurança corretamente sofrem menos ferimentos e, consequentemente, protegem seu bebê. Essas atitudes são a primeira prova de amor ao novo membro da família.
E sempre que sair, lembre-se de levar o cartão do pré-natal, pois nele constam todas as informações sobre a saúde da mãe e do bebê e, em caso de acidente, ele facilitará o atendimento da futura mãe.
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