Formada em Psicologia há 23 anos pela Unifil, pós graduada em Obesidade e Transtornos Alimentares pela PUC-PR.Hipnoterap...
iQuando perguntamos a alguém por que essa pessoa está comendo, ela provavelmente dirá que é porque está sentindo fome. Embora pareça simples, a resposta automática pode estar mascarando problemas mais sérios. Para entender o assunto, esclareçamos primeiro o que é fome.
Segundo os dicionários mais tradicionais, fome é a sensação causada pela necessidade de comer, lembrando, é claro, que essa é uma necessidade fisiológica que nos permite realizar atividades essenciais à vida.
Por ser uma necessidade fisiológica, teoricamente qualquer alimento disponível nos daria a sensação de saciedade. Assim, dentre as possibilidades disponíveis, escolheríamos aquele de sabor mais agradável que, por certo, iria suprir a demanda do nosso corpo.
Ouço frequentemente, entretanto, pessoas contando que, quando sentiram fome, comeram um doce ou uma massa e enquanto elas descreviam a situação, percebi que muitas delas pareciam reviver o momento, sentindo novamente o gosto e o cheiro do alimento durante o relato.
Será que quando temos fome nos satisfazemos com qualquer tipo de comida? Parando para analisar, percebemos que temos tipos de fome, que podem ser confundida com desejo de comer.
O desejo de comer alguma coisa específica não é uma fome real, e, sim, um desejo de satisfazer alguma necessidade a que você está exposto. A fome real dói, incomoda. Já a fome por desejo não se satisfaz com qualquer alimento. Neste caso, a pessoa sente vontade de comer aquele sanduíche, uma porção de batatas fritas, um sorvete ou mesmo chocolate. Quando sentimos isso, podemos até comer aquilo que não queremos, mas o desejo permanece.
Muitos podem confundir esse desejo com fome, acabando por se empanturrar de calorias vazias ao invés de consumir alimentos que nutrem de forma integral.
É muito importante desenvolver a inteligência emocional, aprendendo a identificar o tipo de fome que estamos sentindo e, desta forma, poder escolher com o que iremos nos alimentar, evitando os excessos.
Muitas vezes utilizamos a comida por necessidade de satisfazer estímulos externos, suavizando sensações desagradáveis. Esse processo pode desencadear um quadro de sobrepeso e obesidade, pois a comida deixa de suprir necessidades fisiológicas, passando a funcionar como um amortecedor de situações com as quais o indivíduo não consegue lidar de forma assertiva.
Quando aprendemos a reconhecer esses estímulos, que são gatilhos que nos levam a comer por desejo, fica mais fácil parar e avaliar se devemos comer determinados alimentos ou não, aumentando nossa percepção e capacidade de escolher o que nos faz bem ou não.
Ao escolher de forma consciente como você irá realizar suas refeições, tem-se o controle da dieta. Só assim não ficaremos vulneráveis a estímulos externos que afetam nossa saúde emocional.
Devemos compreender que não somos um carro sem freio diante de uma ladeira. Temos, sim, condições e instrumentos que nos possibilitam parar esse automóvel. Basta virar a direção e escolher a qual lugar realmente queremos chegar.
Comer de forma adequada exige treino e comprometimento.
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