Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iUm estudo publicado no periódico British Journal of Clinical Pharmacology revelou que a ingestão de paracetamol em excesso, substância presente em analgésicos e medicamentos contra febre, tem efeito cumulativo no corpo e pode ser fatal. A análise foi liderada por pesquisadores da University of Edinburgh, no Reino Unido.
Os pesquisadores analisaram 663 indivíduos admitidos no Royal Infirmary of Edinburgh entre 1992 e 2008, com problemas no fígado causados pelo uso de paracetamol. Descobriu-se que 161 haviam tomado overdoses sucessivas para aliviar dores abdominais, musculares, de cabeça e de dente.
Os resultados mostraram que pacientes que tomavam pequenas overdoses de paracetamol ao longo do tempo estavam mais suscetíveis a ter problemas no fígado e no cérebro do que aqueles que tomavam uma única grande overdose como tentativa de suicídio.
A overdose do paracetamol é difícil de ser percebida e pode levar o fígado do paciente à falência, ocasionando a sua morte. Apesar de ser vendido sem a exigência de prescrição, medicamentos com a substância devem ser usados apenas sob supervisão médica.
Uso de analgésicos sem receita aumenta chances de câncer no rim
O uso prolongado de analgésicos anti-inflamatórios sem consulta médica também pode aumentar em até 50% o risco de câncer no rim, diz um estudo feito em conjunto por cientistas da Universidade de Harvard e da Oregon Health and Science University's (EUA). Segundo os pesquisadores, tanto homens quanto mulheres sofrem o mesmo risco.
Durante o estudo, foram analisados os históricos médicos de mais 77 mil mulheres e 50 mil homens, que já haviam usado analgésicos. A pesquisa observou que as pessoas que usavam constantemente, por mais de 16 anos, analgésicos chamados de nosteroidais, também conhecidos pela sigla NSAID, tinham em média 51% mais chances de desenvolver câncer de rim.
Os cientistas não sabem ao certo por que isso ocorre, mas garantem que o uso de analgésicos é totalmente seguro se for seguida a prescrição médica, e que pessoas que estão usando esse tipo de remédio sob aconselhamento de um profissional não devem interromper o tratamento. Para eles, o real problema é que os pacientes acham que a automedicação com analgésicos não traz efeitos colaterais.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem por ano no país vítimas da automedicação. A maior incidência de problemas relacionados à prática está ligada à intoxicação e às reações de hipersensibilidade ou alergia.
Saiba mais: Você toma analgésicos com cautela?