Em artigos anteriores falei sobre a fertilidade da mulher, abordando a questão da idade e das condições ideais para que ela consiga engravidar. No entanto, por diversos motivos, isto nem sempre acontece. Mas, então, quais são as opções para a mulher que não tem óvulos em quantidade e em qualidade adequadas?
Antes da introdução das técnicas de Reprodução Assistida, a adoção era a única opção para este casal. Hoje, a fertilização in vitro (FIV) possibilitou o tratamento com óvulos doados, a ovodoação. Este tratamento é muito parecido com a FIV clássica e as principais etapas são:
1. Estimulação dos ovários da mulher que doará óvulos;2. Captação destes óvulos por via vaginal;3. Doação de parte (no caso da doadora também estar sendo tratada) dos óvulos para outro casal;4. Fertilização dos óvulos doados com os espermatozóides do casal receptor;5. Transferência dos embriões formados no útero da mulher receptora.
A primeira pergunta que escutamos é: qual a diferença entre ovodoação e adoção? Apesar de a adoção ser uma opção, existem diferenças importantes que tornam o tratamento com óvulos doados único. A primeira é que a doadora apresenta características compatíveis com a receptora. A segunda é que há a participação genética do homem e fisiológica da mulher.
A mulher que recebe óvulos vive toda gravidez e parto e é capaz de amamentar, criando laços intensos com o seu filho. Neste sentido, o tratamento com óvulos doados é positivo e gratificante.
Ética na doação de óvulos
Obviamente, este tratamento segue aspectos éticos e legais da medicina. No Brasil, o primeiro ponto a ser enfatizado é que a doação de óvulos é voluntária e sem fins lucrativos, ou seja, a mulher precisa permitir que seus óvulos sejam doados e não pode ser remunerada por isso. Além disso, a doação é anônima: a doadora e a receptora não podem se conhecer. Por fim, pessoas que trabalham em Clínicas de Reprodução Humana não podem doar óvulos.
Como é escolhida a doadora?
A doadora é uma mulher com características únicas. Primeiramente, precisa ter boa quantidade e qualidade de óvulos. Depois, precisa ser avaliada com cuidado (histórico médico, exames de sangue e de imagem). Finalmente, precisa consentir que a doação de óvulos seja feita.
Saiba mais: Hábitos que comprometem a fertilidade da mulher
Infelizmente, no Brasil, ainda há falta de doadoras. Isto ocorre por diversos motivos, mas o principal é a falta de informação. A doação pode ser uma ótima opção em algumas situações. Um exemplo é quando a mulher tem muitos óvulos, mas não quer ter embriões congelados por motivos religiosos, financeiros ou outros. Neste caso, uma parte dos óvulos poderia ser doada.
Por fim, vale ressaltar: doar óvulos significa dar a outro casal a possibilidade de ter um filho. Fica nossa mensagem: Doar óvulos, receber vida!