Cirurgião Vascular com ampla expertise em nutrologia. Especializou-se em Terapias Antioxidantes pelo The Robert W. Bradf...
iPoucas semanas atrás, a mídia divulgou um estudo que apontava a vitamina E 400 IU como responsável por um aumento de 17% no risco de desenvolver câncer de próstata. O que a mídia deixou de dizer é que a vitamina E analisada era sintética, um derivado petroquímico da vitamina E que tem efeito tóxico conhecido.
Por isso, é essencial ficar atento às formas de vitamina E, que vão desde a genérica até os mais de sete tipos de vitamina E extraídos de plantas geneticamente modificadas, como a soja. Nutrientes naturais e nutrientes sintéticos não têm o mesmo efeito biológico e isso também vale para a vitamina E.
Nesse estudo comentado, a vitamina E usada foi a all-rac-alpha-tocopheryl acetate, um derivado petroquímico sintético da vitamina dl-alpha tocopherol, conhecida por seus efeitos tóxicos.
Infelizmente, muitos estudos usam a vitamina sintética em suas análises. Por um lado, assim é possível mostrar claramente seus efeitos adversos, mas, por outro, essas informações nem sempre ficam claras para os leitores. Neste caso, o estudo não diz absolutamente nada sobre os efeitos da vitamina E natural para a saúde.
Outro fator de risco é o uso de suplementos de vitamina E e alimentos fortificados com essa vitamina originária de plantas geneticamente modificadas.
O nome químico da vitamina E é tocopherol, um nome genérico para todos os sete diferentes tipos dessa vitamina formada naturalmente em várias plantas. Ela pode ser obtida tanto pelo processo de síntese química quanto pela extração de milho, soja, semente de algodão, arroz e germe de trigo.
Outro recente estudo correlaciona a vitamina E com aumento de mortalidade em mulheres idosas. A pesquisa foi baseada na autoanálise do uso de suplementos por mais de 22 anos, mas falhou em manter um controle científico rígido.
Suplementos vitamínicos
Vitaminas e minerais são essenciais para a vida, mas nunca na história o homem precisou de químicos sintéticos e é aí que reside o problema. A maioria dos estudos avalia os efeitos de vitaminas em versões sintéticas que é similar a um remédio e não a um alimento. Tais pesquisas podem ser manipulados de diversas maneiras para apresentar os resultados de interesse. Os citados neste artigo claramente entram nesta categoria.
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Claro que é possível que o uso de suplementos sem uma correta avaliação e orientação pode acentuar desvios nutricionais ao invés de promover a sua correção. Por isso, é fundamental fazer uso dos mais naturais e em dosagens preconizadas por profissionais da área médica.
Fontes:The Journal of the American Medical Association (JAMA) 2011; 306(14) 1549-1556;Archives of Internal Medicine 2011; 171(18): 1625-1633.