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Todo mundo sabe que ler rótulos de embalagens não é uma tarefa simples. Decodificar cada um dos nutrientes, entender se eles são adequados a sua dieta e ainda se preocupar com as calorias pode dar preguiça em muita gente, mas é essencial à boa saúde. Para facilitar a hora das compras, um estudo norte-americano do Massachussets General Hospital testou uma nova forma de dispor essas informações: o uso de cores.
Durante quatro meses, foram colocados à disposição dos 4,6 mil funcionários do hospital produtos com três cores básicas. O verde representava alimentos muito saudáveis e frescos (como frutas, vegetais e carnes magras), enquanto o amarelo mostrava uma refeição um pouco menos completa e o vermelho, produtos com valor nutricional quase nulo. Em um segundo momento da pesquisa, os produtos classificados verdes foram colocados na altura dos olhos, enquanto os amarelos e verdes foram escondidos em prateleiras mais baixas. Ao fim do estudo, todos os funcionários passaram a comprar mais dos alimentos verdes, e dispensaram os mais pobres em nutrientes.
O artigo publicado no American Journal of Preventive Medicine mostra como as pessoas estão realmente dispostas a fazer escolhas mais saudáveis, apenas sentem dificuldade em traduzir os dados das embalagens. Para os pesquisadores do estudo, o resultado foi satisfatório, já que melhorar as escolhas alimentares pode ajudar a diminuir a obesidade e aumentar a qualidade de vida da população.
Aprenda a decifrar os rótulos das embalagens
Outro nome para a gordura trans
É impossível não ter uma sensação de leveza ao ler 'não contém gordura trans' na embalagem daquele doce que você tanto gosta. Mas a nutricionista Roberta Stella explica que não é só esse termo que revela a presença do ingrediente em um produto. "Quando existe gordura vegetal hidrogenada, o alimento apresenta gordura trans, mesmo não sendo declarado", alerta.
Livre de colesterol de verdade
Muitos produtos de origem vegetal gostam de destacar em seus rótulos que são isentos de colesterol. Só que essa é, na verdade, uma pegadinha, já que o colesterol só é encontrado em alimentos de origem animal.
Diet, Light ou Zero?
Na hora de entrar em uma dieta, é comum atacar os alimentos diet achando que eles têm poucas calorias. Na verdade, os produtos com esta classificação são feitos para atender a necessidade de pessoas com alguma condição específica, como é o caso de diabéticos, celíacos ou hipertensos, o que nem sempre significa menos valor calórico.
Os produtos zero são parecidos com os diet pela preocupação de anular um dos seus componentes. Ainda assim, a leitura do rótulo é muito importante, pois a substituição de um ingrediente pode trazer outro em excesso. É o que acontece com os adoçantes que possuem muito sódio, como explica a nutricionista.
Já no caso dos light, a confusão pode ser ainda maior. Como a classificação é dada para alimentos que têm uma redução mínima de 25% em calorias ou em algum nutriente, alguns produtos diet também podem ser considerados light. Mas a especialista alerta: "O que deve ficar claro é que nenhum dos dois tipos de alimento tem sempre o valor calórico reduzido".