tenho ovario policistico e quero engravidar ja tenho 5 anos de casada e tenho 23 anos o que posso fazer para ajudar no tratamento? Respostas dos nossos especialistas

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio hormonal comum entre mulheres em idade reprodutiva. O nome vem da aparência dos ovários.
A maioria das mulheres com o transtorno, mas não todas têm o ovário ampliado, contendo numerosos pequenos cistos localizados ao longo da borda externa de cada ovário levando a aparência policística.
Cistos são estruturas contendo liquido. Todo mês, em um dos ovários, desenvolve-se um cisto, inicialmente pequeno (5 a 9mm),o qual cresce durante o ciclo menstrual atingindo a ovulação com dimensão superior a 20mm. Este cisto recebe o nome de folículo. Dentro do folículo normalmente há formação de um óvulo. Na ovulação o cisto (folículo) se rompe, o óvulo cai na cavidade abdominal, as fimbrias (parte distal das trompas de falópio) do lado direito ou esquerdo do útero, quando normais e livres de aderências tendem a captar o ovulo, encaminha-lo para o interior da tuba (trompa) onde poderá ocorrer a fertilizado pelo espermatozóide.
A Síndrome dos Ovários Policísticos geralmente começa a se desenvolver na puberdade e causa um desequilíbrio hormonal. Esse distúrbio interfere no processo normal de ovulação: afetando o seu desenvolvimento, impedindo a liberação do ovócito e levando à formação de cistos. Esses cistos permanecem na periferia ovariana modificando a estrutura do mesmo ,podendo aumentar o seu volume em até três vezes o tamanho normal.
. A disfunção pode levar à produção excessiva (secreção) de hormônios sexuais masculinos (androgênios), levando a um aumento exagerado de pêlos, acne e obesidade.
A portadora da síndrome dos ovários policísticos ovula com menor freqüência e tem ciclos menstruais, em geral, irregulares ou até mesmo ausentes.
Calcula-se que a Síndrome dos Ovários Policísticos afeta uma em cada cinco mulheres (20%) durante a fase de vida reprodutiva.
Em adolescentes, a ausência de menstruação ou escassez pode sinalizar a presença da síndrome. Enquanto que nas mulheres com idade superior (pôs adolescência) a dificuldade de engravidar ou ganho de peso inexplicável podem ser o primeiro sinal.
A causa exata da síndrome do ovário policístico é desconhecida, mas acredita-se que deve existir componente genético, pois a síndrome dos ovários policísticos é mais freqüente entre mães, irmãs ou filhas de uma mulher portadora do distúrbio.
O hipotálamo(região do cérebro), em situações normais, libera o hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH), o qual é enviado a uma glândula chamada hipófise que produz e libera, em quantidades consideradas normais, o Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e o Hormônio luteinizante (LH). Porem, as mulheres com a síndrome do ovário policístico (SOP) produzem GnRH em excesso, e este, por sua vez, acaba estimulando de maneira exagerada a hipófise anterior, levando à produção demasiada do Hormônio luteinizante (LH) e bem superior à do Hormônio Folículo Estimulante (FSH) . Este aumento do Hormônio luteinizante (LH) seria o estimulador da superprodução de andrógenos.
Outro mecanismo que pode levar a formação da síndrome do ovário policístico é o aumento da produção e secreção de hormônios Androgênicos tanto nos ovários como nas glândulas adrenais ou supra-renais (localizados acima dos rins) pela falha no controle (desregulação) de enzimas responsáveis pela formação desses hormônios.
Os pesquisadores também acham que a origem da síndrome do ovário policístico está associada com a produção excessiva de insulina pelo organismo.
A insulina é um hormônio que controla a mudança de açúcar, amidos e outros alimentos em energia que o organismo utiliza ou armazena.
O aumento da quantidade dessa substância no sangue parece aumentar a produção de androgênios o que provocaria o desequilíbrio hormonal.
O plástico vem sendo indicado como um potencial responsável pela manifestação (ou agravamento) da Síndrome do Ovário Policístico . Isto se explica pelo fato de que a grande maioria dos plásticos atuais tem, em sua composição química o Bisfenol A (BPA). O bisfenol, conforme várias pesquisas já atestaram, comporta-se, caso presente no organismo humano adulto ou infantil, como um hormônio feminino ,o estrogênio.
Recentes pesquisas científicas mostraram que o meio ambiente é importante fator desencadeante da síndrome. Entre as substancias químicas que podem desencadear a doença pode-se citar: solventes / lubrificantes industriais e seus subprodutos, pesticidas e herbicidas, fungicidas, estabilizadores de calor, catalisadores químicos,etc.
Estudos recentes revelaram que a mãe, exposta a agentes químicos que possam predispô-la à SOP, poderá transmitir, de forma epigenética, tais características à prole, isto é, para filhas, netas, e assim em diante.
Alguns cientistas demonstraram que a excessiva exposição do feto feminino durante a gestação a substancias Androgênicas desenvolverem, após o nascimento e desenvolvimento, a síndrome do ovário policístico (SOP).

O distúrbio ainda favorece o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, do diabetes tipo 2 e obesidade. Quando há excesso dos hormônios masculinos, os sinais observados são:
• Problemas com a ovulação;
• Crescimento anormal de pelos faciais (principalmente queixo e buço); seios e corpo (Hirsutismo)
• Aumento da oleosidade da pele e couro cabeludo (Seborréia)
• Processo inflamatório da pele do rosto com aparecimento de espinhas e cravos (Acne);
• Queda de cabelos (Alopecia Androgênica);
• Aumento do peso;
• Manchas na pele; principalmente em áreas de dobras, como pescoço e axilas

Os sinais e sintomas da síndrome de ovários policísticos variam de pessoa para pessoa, inclusive seu grau de manifestação e gravidade. Para dizer que uma pessoa é portadora da síndrome são necessários pelo menos dois dos seguintes itens:

• Anormalidades menstruais - Característica mais comum da síndrome;Entre os sintomas mais freqüentes há o relato de intervalos menstruais maiores que 35 dias,menos que oito(8) menstruações no decorrer de um ano ou a falta de menstruação no período igual ou maior a quatro(4) meses.
• Excesso de Androgênios. – diagnosticados Por exames laboratoriais e achados clínicos.
• Ovários Policísticos. Diagnosticados pelo ultrassom. Apesar do nome, apenas detecção de ovários policísticos não confirma o diagnostico.
Diagnóstico e tratamento precoces podem reduzir o risco de complicações a longo prazo, como diabetes tipo 2 , doença cardíaca e vascular , Pressão arterial elevada,Alteração do colesterol e lipídios, esteatose hepática, apnéia do sono , sangramento uterino anormal , câncer de endométrio.


A síndrome do Ovário Policístico até o presente momento é incurável. Há, diversos tratamentos capazes de atenuar a sintomatologia. Em termos gerais, tais objetivos podem ser divididos em 04 (quatro) grandes categorias:
• Redução dos níveis de resistência à insulina;
• Restauração da fertilidade;
• Tratamento de hirsutismo ou acne;
• Prevenção da hiperplasia e cancer endometrial ;

As formas de tratamento mais comuns são:
•Modificação do estilo de vida como a realização de exercícios físicos regulares e Ingestão de alimentos saudáveis, Perda de peso e controle glicêmico;
•controle do ciclo menstrual ;
•Uso de anti-andrógenos;
•Uso de hipoglicemiantes orais;
• Cosméticos específicos para diminuir a acne;
• Psicoterapia
• Caso a paciente deseje engravidar, estimulo da ovulação.
Lembrando que paciente que deseja engravidar deve passar com especialista para pesquisa mais detalhada da causa da infertilidade (pesquisa da cavidade uterina, espermograma, etc.) a fim de definir o melhor tipo de tratamento.

As mulheres com SOP parecem ter taxas mais elevadas de:

• Abortos
• Diabetes Gestacional
• Pré eclampsia
• Parto Prematuro.