Quais os cromossomos afetados pelo transtorno bipolar e de que forma eles são diferenciados dos demais?
Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
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Os resultados de estudos de famílias sugerem que o transtorno bipolar tenha uma base genética. Essa hipótese foi reforçada em estudos de adoção e de gêmeos. A herança do transtorno bipolar é complexa, envolve vários genes, além de apresentar heterogeneidade e interação entre fatores genéticos e não-genéticos.
Achados, que já foram replicados, já implicaram os cromossomos 4, 12, 18 e 21, entre outros, na busca por genes de suscetibilidade.
Os resultados mais promissores foram obtidos através de estudos de ligação. Por outro lado, os estudos de associação geraram dados interessantes, mas ainda vagos.
Os estudos de populações de pacientes homogêneos e a melhor definição do fenótipo deverão contribuir para avanços futuros. A identificação dos genes relacionados ao transtorno bipolar irá permitir o melhor entendimento e tratamento dessa doença.
Inato ou adquirido?
Alguns dos primeiros estudos sobre a agregação familiar do transtorno bipolar provêm de estudos conduzidos no final dos anos 50. Esses estudos determinaram a prevalência do TBP e de outras doenças psiquiátricas entre parentes de probandos com TBP e, em alguns casos, entre parentes de indivíduos-controle saudáveis. Foi encontrada uma grande variabilidade de riscos, de acordo com os critérios diagnósticos utilizados.
Entretanto, quando analisados conjuntamente, esses estudos encontraram um risco 8 a 15 vezes maior em relação à prevalência na população em geral. Os estudos de família, isoladamente, não provam a natureza genética (ao invés da familiar) da doença.
Já os estudos de adoção e de gêmeos têm maior poder de distinção entre os componentes genéticos e ambientais. No caso do TBP, esses estudos fornecem evidências de uma natureza genética para a doença.
Estudos mais recentes mostram que quanto ao perfil genético, a psiquiatria sabe que há uma sobreposição de risco entre o TBH e a esquizofrenia.
O gene envolvido do oitavo cromossomo é o 8p21 e o aminoácido é o DAOA. As pessoas portadoras de tal alteração genética possuem a forma mais grave de TBH, com maiores chances de recaída. As formas mais graves compartilham, portanto, fatores de risco também para a esquizofrenia. É bom deixar claro que há uma série de genes envolvida. Isso pode levar a tratamentos futuros que interfiram na neuroproteção e resiliência do paciente.
Estudos sofisticados de neuroimagem, como o PET – SCAN que avaliam a atividade cerebral através do metabolismo de glicose no cérebro demonstram que pacientes com TBH possuem menor atividade na região dorsolateral do Córtex Pré-Frontal, enquanto o oposto ocorre na estrutura da amídala cerebral.
Hoje, acredita-se que o TBH é uma doença neurodegenerativa. Há perda de neurônios e áreas de afinamento do Córtex Cerebral. Tal informação é superimportante para identificarem terapias futuras que tenham efeito normalizador e regulador de tais alterações. O estímulo elétrico por eletrodos em áreas hipofuncionantes pode ser um tratamento eficaz no futuro.
Outro desafio para a medicina é decifrar os prejuízos cognitivos envolvidos nos pacientes bipolares. Um estudo recente detectou em bipolares jovens 20% de redução na capacidade de continuação da pessoa em uma determinada tarefa. Os bipolares costumam ser mais rápidos, porém, mais impulsivos, provavelmente pela anormalidade específica do córtex pré-frontal (responsável por decisões que envolvem planejamento, organização e racionalidade). É a chamada disfunção executiva dos bipolares. Novos medicamentos pesquisados deverão agir na diminuição da perda celular e na recuperação do processo de neurodegeneração.
Há vários neurotransmissores alterados, inclusive o BDNF, fator neurotrófico primordial e responsável pelo desenvolvimento e crescimento de novos neurônios. Os tratamentos atuais são limitados, ainda não há conhecimentos precisos de todos os mecanismos fisiopatológicos (causais) do TBH.
Para se ter uma idéia da dimensão e importância disso, tais avanços devem demorar cerca de uma década para ocorrerem, um investimento da ordem de um bilhão de dólares será necessário no desenvolvimento dos novos medicamentos.
ABRATA
Grof P, Alda M, Grof E, Zvolsky P, Walsh M. Lithium response and genetics of affective disorders. J Affect Disord 1994;32:85-95.
Genética do transtorno bipolar. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2004, vol.26, suppl.3, pp. 12-16.
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