Meu marido sempre foi uma pessoa de pavio curto, está diabético e a partir dai tudo piorou, está violento qual é o transtorno? Respostas dos nossos especialistas

Não é possível fazer diagnósticos com alguns sintomas como os que você menciona.Infelizmente existem muitas doenças, síndromes e transtornos que se assemelham em alguns aspectos e dependem de muitos outros para definir.Se você acredita que ele possui algum tipo de problema, procure um médico para avaliar e diagnostica-lo corretamente e, se for necessário, terá apoio medicamentoso e terapia complementar.

vincular o diabetes do seu marido com as irregularidades de humor dele não vai acrescentar nada ao que você precisa saber para ajuda-lhe. Pode ser que a ansiedade dele na vida aumentou depois de ser diagnosticado como diabético. Pavio curto e violência são expressões de ansiedade exagerada. A seguinte teoria é comum para explicar estas reações. A ansiedade no ser humano é tão normal quanto em qualquer animal. É uma reação sadia aos riscos da vida, aos perigos percebidos. Numa situação de perigo, o corpo concentra a sua energia para ou fugir da situação correndo ou contra-atacar e dominar o agressor. Ambas as reações precisam de energia extra, e o corpo arruma esta energia. Isto dá para ver no fluxo imediato de certos hormônios neste momento. No entanto, na vida civilizada, nem a fuga nem menos o contra-ataque são reações possíveis. Além do mais, os perigos são mais difusos do que na vida natural: a possibilidade de perder o emprego ou o amor são perigos difusos, contra os quais o corpo pode nada. Mesmo assim, as reações corporais se desenvolvem e estouram de vez em quando. Faz parte desta teoria que já na infância a pessoa deve ter vivido situações de angústia e na impossibilidade de reagir como um animal reagiria: pela fuga ou pelo ataque, aprendeu engolir a angústia e as reações normais a ela. Só que elas aparecem de vez em quando sem que a pessoa pudesse ver o vínculo com os perigos vividos na infância. Foi provado que o pavio curto acontece frequentemente em pessoas que na infância foram batidas, abusadas de outra maneira, inclusive verbalmente, ou abandonadas física- ou emocionalmente. Na psicoterapia, o profissional ajuda à pessoa lembrar este tratamento que sofreu na infância, falar dele para entender-se melhor e assim ativamente "esquecer" a agressividade que parece estar no seu corpo. Se você quer ajudar ao seu marido, recomendo procurar entendê-lo e amá-lo mais ainda. Se você está com raiva dele, vai ter que decidir: Sua raiva não vai diminuir a raiva dele. Neste caso, é melhor você cuidar da sua raiva primeiro, para poder amá-lo mais, ou se o aguenta mesmo, afastar-se dele. Não adianta querer adiar esta decisão. É pouco provável que o seu marido mude sozinho. Cada uma das tres soluções possíveis requerem seu trabalho. Era bom começar logo. A outra possibilidade seria o seu marido entrar numa psicoterapia. Mas não é bom você recomendar isto a ele, pois você já deve ter dito que não está gostando do comportamento dele. Assim pareceria que você quer a psicoterapia dele para melhorar a sua vida. No entanto, a psicoterapia funciona só para quem a quer de sua própria vontade.