Esta doença pode ser genética?
Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
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SIM.VÁRIOS são os fatores que compõem a etiologia das “esquizofrenias”. Dentre elas, a causa genética ocupa lugar de destaque como um dos tantos fatores implicados na gênese da esquizofrenia, como descrito abaixo:* Genética da Esquizofrenia:A demonstração de um dos fatores causais mais seguramente implicados no desenvolvimento da esquizofrenia vem dos estudos de genética epidemiológica que, por meio de mais de oito décadas de investigações, confirmaram a influência genética para o transtorno. Desde a década de 80, vários estudos moleculares têm procurado identificar precisamente esse(s) gene(s) de susceptibilidade para a esquizofrenia:*Estudos com Famílias: grandes estudos científicos com famílias concluíram haver uma forte agregação à esquizofrenia, confirmando os resultados dos trabalhos anteriores de que o risco de se ter esquizofrenia em parentes de primeiro grau é 10 (DEZ) vezes maior do que o risco em parentes de famílias sem esquizofrenia.*Estudos em gêmeos:Esse tipo de estudo parte da premissa de que gêmeos monozigóticos (MZ) = idênticos e dizigóticos (DZ) = parecidos, sofrem influência ambiental muito semelhante. Entretanto, os gêmeos MZ são geneticamente (100%) idênticos, enquanto os gêmeos DZ apresentam apenas 50% dos genes em comum.Estudos da literatura mostram que a taxa de concordância para esquizofrenia em gêmeos MZ é ao redor de 50% e para gêmeos DZ é da ordem de 15%. Esses estudos confirmam a existência do componente genético (o risco de um irmão gêmeo manifestar esquizofrenia, quando o outro irmão já apresenta a doença, é TRÊS VEZES MAIOR para um irmão MZ do que para um DZ. * Componente Ambiental:Mostrado pelo fato de que nas doenças genéticas, o esperado para gêmeos MZ seria, teoricamente, de 100% de concordância, pois a carga genética é idêntica em ambos, e não de 50%, como visto nas pesquisas. * Estudos em adotivos:Os estudos de adoção têm como estratégia principal separar as causas genéticas das ambientais, isto é, o indivíduo adotado recebe seus genes de uma família, mas a sua experiência de vida é como membro de outra. Esses trabalhos têm basicamente dois desenhos principais: no primeiro investiga-se a frequência da esquizofrenia entre os pais biológicos e entre os pais adotivos de crianças adotadas que vieram a desenvolver a doença. No segundo, observa-se a frequência do distúrbio nos filhos biológicos de portadores de esquizofrenia que foram adotados ao nascer e se compara com filhos biológicos de pais saudáveis que também foram adotados logo após o nascimento. Naturalmente, esses estudos são muito difíceis de serem executados, não só pelas questões éticas que envolvem, mas também porque exigem bons serviços de registro de adoções. Até o presente esses são encontrados predominantemente nos países escandinavos. De 1966 aos dias de hoje, 8 estudos de adoção foram publicados para esquizofrenia, confirmando um maior risco para a doença em crianças adotadas de pais biológicos com esquizofrenia, e uma maior agregação à esquizofrenia nas famílias biológicas de crianças adotadas que desenvolveram a enfermidade.* Estudos de genética molecular:Demonstrada a existência de um componente genético para a esquizofrenia, por meio dos estudos genético-epidemiológicos, o passo seguinte é identificar precisamente quais são os genes de susceptibilidade para a doença. Para tanto, as duas abordagens principais são os estudos de ligação e os de associação alélica. Pesquisas têm sido feitas em todo o mundo embora mais estudos precisam ser feitos sobre genética molecular.* Fatores de risco pré-natais e perinatais para a esquizofrenia:Inúmeras evidências têm associado eventos ocorridos durante o desenvolvimento cerebral, especialmente no período pré-natal ou perinatal, à esquizofrenia.* Exposição pré-natal a viroses:Estudos mostram que em pacientes afetados por esquizofrenia, havia uma tendência de 7% a 15% maior dos nascimentos ocorrerem no final do inverno ou no início da primavera. Exposição ao vírus da Influenza A2 no pré-natal aumentavam as chances de se ter esquizofrenia? Estudos mostram que fetos expostos durante o segundo trimestre de gestação ao vírus da influenza A2, na epidemia de 1957, apresentavam risco mais elevado para esquizofrenia na vida adulta do que os não expostos. O relacionamento entre exposição pré-natal a outros agentes infecciosos e esquizofrenia tem sido sugerido incluindo o vírus da poliomielite, o da varicela-zoster e o Borna vírus, mas poucos estudos foram conduzidos e os achados são controversos.* Complicações de gravidez e parto = CGP: A relação entre CGP e esquizofrenia não é clara. As complicações de gestação e de parto mais relatadas em associação à esquizofrenia são: baixo peso ao nascer, prematuridade e prematuridade e pequeno para a idade gestacional (PIG), trabalho de parto prolongado, má apresentação do feto, pré-eclâmpsia, ruptura prematura de membranas e complicações pelo cordão umbilical. O que parece ser o denominador comum desses quadros é a hipoxia a que o feto é submetido. No entanto, nem todos os estudos realizados encontraram associações positivas entre CGP e esquizofrenia.* Privação nutricional pré-natalPesquisadores estudaram os efeitos da privação nutricional pré-natal = FOME - causada pelos nazistas, na Holanda (1944-1945). Tal investigação, denominada "The dutch famine study", observou que a privação nutricional durante a gestação teve um efeito DUAS vezes maior sobre a ocorrência de hospitalizações por esquizofrenia na prole. Além disso, notou-se uma concordância entre a ocorrência de esquizofrenia e o aparecimento de defeitos do tubo neural que se seguiram à má nutrição materna, sugerindo que a DEFICIÊNCIA DE FOLATO pré-natal deve ser mais investigada como um potencial fator causal da esquizofrenia.***ConclusãoA partir dos resultados apresentados nos estudos de genética e nos de fatores de risco para esquizofrenia, pode-se concluir que: estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a existência do componente genético para esquizofrenia; estima-se que o componente genético represente de 70% a 80% da susceptibilidade total para desenvolver a doença; os estudos de genética molecular (de ligação e de associação) encontram-se em andamento, tendo apresentado até o momento apenas resultados sugestivos; os fatores pré e perinatais parecem aumentar o risco para o desenvolvimento da esquizofrenia; por ser uma doença complexa e comum, a esquizofrenia é, muito provavelmente, um transtorno etiologicamente heterogêneo, isto é, devem existir, por exemplo, casos de esquizofrenia da forma "genética" e da forma “ambiental".mais estudos precisam ser feitos sobre o tema.
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