Médico formado pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com pós-graduação em Oftalmologia pela Universidade Estadual...
iA visão monocular é caracterizado pela capacidade de uma pessoa conseguir olhar através de apenas um olho, com isso, possuindo noção de profundidade limitada, além da redução de campo periférico. As causas mais comuns são traumas oculares, glaucoma, doenças congênitas oculares, como a toxoplasmose, e tumores oculares.
A visão monocular é definitiva, exceto nos casos de cegueira reversível e catarata. As pessoas apresentam dificuldades como comprometimento da coordenação - "falta de jeito" - gerando a colisão em objetos ou pessoas, dificuldade para subir e descer escadas, cruzar ruas, dirigir, praticar os vários esportes e as atividades da vida diária que requerem a visão de profundidade (estereopsia) e a visão periférica.
As atividades mais afetadas são aquelas que requerem o trabalho a uma curta distancia dos olhos. Alguns exemplos são barbeiro, esteticista, mecânico, costureiro, cirurgião, piloto da linha aérea, motorista de ônibus e maquinista - ou seja, atividades que exigem estereopsia, visão nos dois olhos ou visão clara de profundidade.
Convivendo com a doença
Por não ser um problema reversível ou passível de cura, os pacientes com visão monocular precisam se adaptar à doença. No geral, a perda não muda a rotina de nenhuma maneira - alguns pacientes relatam problemas visuais persistentes, outros problemas no emprego, ansiedade ou baixa autoestima. A maioria afirma que precisa de pelo menos de um mês de período de ajuste para dirigir, trabalhar, recreação, atividades caseiras ou andar, sendo que adaptação completa no geral acontece em cerca de um ano. No geral, os pacientes podem recomeçar atividades diárias após um curto período de ajustes. Os problemas com o emprego e a autoestima são mais frequentes. Portanto, melhorar a autoestima e a ansiedade são os pontos principais para adaptação a essa nova realidade.
Os seus direitos
O manual editado pelo Ministério do Trabalho e Emprego no ano de 2007, intitulado "A inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho", considerava deficientes visuais apenas aqueles cuja perda era percebida em ambos os olhos, sendo que o melhor olho deveria ter acuidade entre 0,03 e 0,05 em escala decimal, ou quando a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos fosse igual ou menor que 60 graus. Entretanto, a partir de setembro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego passou a considerar deficientes, para fins de preenchimento da cota, os portadores de visão monocular. O ministério entendeu que a doença confere ao indivíduo severa restrição em sua capacidade sensorial, com a alteração das noções de profundidade e distância, além da vulnerabilidade do lado do olho cego.
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