Conteúdo atualizado em 27/05/2021
O Brasil ainda luta contra o avanço do novo coronavírus, e o uso de máscaras ao sair de casa segue sendo fundamental. Desde o início da pandemia, diversas campanhas foram lançadas para conscientizar a população, a exemplo da "Todos Pela Saúde", promovendo hashtags como #usarmascarasalva. Essa proteção ainda não pode ser deixada de lado.
Mais de um ano de pandemia depois, as máscaras ainda são alvo de dúvidas sobre sua efetividade na prevenção ao coronavírus. Os modelos caseiros, utilizados e indicados para a grande parte da população, não fornecem a mesma proteção que as máscaras como os modelos N95 ou PPF2 . Porém, ainda podem reduzir consideravelmente o risco de contaminação, o que acontece por uma série de fatores. Entenda:
Uso de máscara contra coronavírus
O consenso é que as máscaras cirúrgicas são efetivas na prevenção de uma série de infecções respiratórias, como a COVID-19. No entanto, como explica a infectologista Raquel Muarrek, órgãos internacionais de saúde afirmavam no começo da pandemia que o uso do equipamento era prioritário aos trabalhadores que sofreriam alta exposição ao vírus, como médicos e outros profissionais da área.
Essa indicação se estendia também aos pacientes que apresentassem quadros sintomáticos que pudessem ser de COVID-19, com a presença de tosse e febre, por exemplo. Com o tempo, o avanço da pandemia passou a pedir por maiores medidas de prevenção, e o uso de máscaras se tornou uma medida adotada por todos, profissionais da saúde ou não, sintomáticos ou não.
Veio então o medo da escassez de equipamentos de proteção individual (EPIs) para quem estava mais exposto também precisou ser ponderado. Nessa época, foi dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a recomendação emergencial do uso de máscaras caseiras de tecido. Apesar de não terem a mesma efetividade que os modelos industriais, essas versões conseguem reduzir o risco de contaminação se comparado à não utilização das mesmas, como foi mostrado em uma revisão sistemática das pesquisas médicas sobre o assunto.
Um segundo ponto é que, de acordo com um estudo publicado no Journal of General Medicine, ainda que parte do vírus atravesse o tecido, o uso de máscara pode reduzir o tamanho da carga viral que entra em contato com o organismo da pessoa. De acordo com a análise, isso pode ter efeito na gravidade da doença, fazendo com que ela se apresente de forma mais branda.
Além disso, ao usar máscaras, também há a diminuição da disseminação do coronavírus por aqueles indivíduos que não apresentam sintomas, os chamados assintomáticos. "A presença do vírus está em superfícies, como objetos, roupas e mãos", explica a infectologista Raquel Muarrek. Desse modo, ao utilizar o equipamento, a pessoa contaminada resguarda a saúde dos outros, bloqueando a transmissão ativa do patógeno.
Uso de máscaras N95 e PPF2
Atualmente, quem tem condições de comprar esses equipamentos, pode usar máscaras dos modelos N95 ou PPF2, já que não há mais tanto o receio de que esse material falte para os profissionais de saúde. Elas podem ser reutilizadas seguindo algumas orientações, como cuidados no armazenamento e um tempo de "descanso" de cerca de 5 dias até o próximo uso, e oferecem uma maior proteção.
Saiba todos os detalhes sobre os tipos de máscara e veja quais protegem de verdade
Uso de máscaras em crianças
Vale ressaltar que as crianças também devem usar máscaras de proteção contra o coronavírus sempre que saírem de casa. Orientação da Academia Americana de Pediatria do final de maio reforça essa prática para crianças com 2 anos ou mais que não estejam imunizadas contra COVID-19.
De acordo com a associação, os pequenos devem permanecer de máscaras em escolas, ao sair com os pais, ao brincar com os amigos mesmo ao ar livre e em ambientes fechados. Além disso, ainda sugere o uso do equipamento em casa se morarem com alguém que seja imunocomprometido ou que tenha risco de desenvolver quadros graves da COVID-19.
É importante que a utilização das máscaras deve ser sempre acompanhada dos demais cuidados de higiene e distanciamento social. Assim, todos estarão devidamente protegidos e cuidado também de quem está ao redor. As principais recomendações de prevenção à COVID-19 do Ministério da Saúde são:
- Higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel
- Evitar aglomerações
- Manter os ambientes ventilados
- Não compartilhar objetos de uso pessoal
Qual a forma certa de usar máscaras
Para que as máscaras não tenham o efeito oposto ao desejado e acabem aumentando riscos de contaminação, é preciso seguir algumas instruções para o uso correto do equipamento. O Hospital Albert Einstein, referência no atendimento aos pacientes com COVID-19 em São Paulo, compartilhou algumas dicas de uso:
- Antes de colocar a máscara, higienize adequadamente as mãos
- Coloque a máscara sobre o nariz e a boca, tomando cuidado para não deixar espaços entre a pele e a máscara
- Mesmo com a máscara, cubra o rosto ao tossir ou espirrar
- Mantenha as mãos higienizados e evite tocar na máscara
- Troque a máscara quando ela estiver úmida
- Nunca reutilize uma máscara descartável
- Sempre remova a máscara pelas cordinhas e nunca toque na parte da frente
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