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Nesta quinta-feira (26), o Ministério da Saúde começa a distribuição de cloroquina e hidroxicloroquina para pacientes graves da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. O medicamento já era usado no tratamento de malária e outras doenças imunes, como lúpus, e até artrite reumatoide.
O uso da substância, no entanto, é indicado apenas para quem está hospitalizado em situação crítica e só pode ser realizado pelos médicos em curto prazo, até cinco dias. A utilização será feita em complemento à assistência ventilatória e outras medicações para os sintomas do coronavírus, como febre e mal-estar.
Cloroquina cura coronavírus?
A determinação do Ministério vem poucos dias depois da polêmica mundial que envolveu a indicação da cloroquina no tratamento da COVID-19. Isso porque ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem a real eficácia do remédio em casos da nova doença.
O que se sabe até agora é que ele age na evolução do ciclo do vírus, trazendo benefícios a pacientes graves, de acordo com estudos preliminares sobre o assunto. Por outro lado, a cloroquina e a hidroxicloroquina não são indicadas para prevenção da doença ou casos leves.
Além disso, o Ministério da Saúde revelou que existem efeitos colaterais do remédio que podem prejudicar a saúde, como convulsão, náusea e vômitos, surdez, alterações da visão, pressão arterial baixa e até a inibição do músculo do coração.
Nos Estados Unidos, um homem com mais de 60 anos morreu depois de tomar uma forma não médica da cloroquina, usada para combater parasitas em aquários, na tentativa de evitar a doença. Portanto, a orientação é para não se automedicar nem estocar o remédio em casa.
"Quero fazer um pedido à população: não usem esse medicamento fora do ambiente hospitalar", disse o ministro Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva de imprensa. A Anvisa já proibiu a venda das substâncias sem receita médica para evitar a automedicação e a falta para aqueles que realmente precisam.
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