Desenvolvida originalmente como um agente antiparasitário (vermífugo) de amplo espectro e usada também para tratamento de gastroenterites virais, a nitazoxanida pode ser mais uma esperança de tratamento contra a COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A substância, que é comercializada há mais de 15 anos no Brasil sob o nome comercial de "Annita", já se mostrou eficaz no combate ao SARS-CoV-2 em estudos in vitro e agora será alvo de uma nova pesquisa brasileira, realizada com o apoio de empresa farmacêutica FQM Farmoquímica - que detém a venda do remédio no país.
De acordo com uma nota oficial, a empresa indica que o medicamento começará a ser testado clinicamente em pacientes infectados em breve. Para isso, será utilizada uma nova formulação do medicamento, em doses mais elevadas, mas dentro do perfil de segurança.
Possível tratamento contra o coronavírus
A FQM vem acompanhando o potencial clínico da nitazoxanida no combate à COVID-19 desde os apontamentos iniciais feitos por estudos em Wuhan, na China. Além disso, nos últimos anos, o medicamento já vinha sendo estudado para outras doenças virais, como a gripe H1N1, Ebola e SARS-CoV-1.
Uma vez que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) possui semelhança genética com o vírus SARS-CoV-1, acredita-se que o resultado possa ser vantajoso no combate à atual pandemia. Além disso, estudos in vitro promovidos fora do Brasil demonstraram o potencial da nitazoxanida na inibição do vírus.
Sem correlação com iniciativas de órgãos públicos ou privados, a partir disso foi desenvolvido um plano de estudos clínicos em pacientes diagnosticados com COVID-19, internados em diversos hospitais universitários do país. Assim que as iniciativas tiverem algum resultado comprovado, mais informações serão divulgadas.
Remédio "secreto"
Apesar da iniciativa da FQM, especula-se que o medicamento Annita possa ser também o remédio "secreto" com o qual o Governo Federal está realizando testes para o combate ao novo coronavírus.
Sem revelar o nome do ativo químico, o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, anunciou na última quarta-feira (15) que a substância em questão teve 94% de eficácia em testes de laboratório e agora será testada em pacientes doentes.
Diante deste cenário, o medicamento foi incluído nesta semana na lista de remédios controlados pela Anvisa. A medida, que limita a compra do medicamento em farmácias, se deu pela falta de comprovação científica contra a COVID-19, risco de esgotamento de estoques e para evitar a automedicação.
Vale reforçar que a nitazoxanida é um anti-helmíntico de baixo custo, usado no tratamento de gastroenterites virais provocadas por rotavírus ou norovírus, helmintíases, amebíase, giardíase, criptosporidíase, blastocistose, balantidíase e isosporíase.
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